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Colunista:

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sábado, 30 de janeiro de 2016

Mantendo a Mente Aberta - Ciência e Ocultismo

Cutucando a inércia mental...


Nos ridículos seculares, quando a humanidade está perto de algo novo , de evoluir em costumes , crenças e conhecimento, sempre aparecem os estúpidos medrosos do contra- especialmente dentro dos poderes constituídos - tentando deixar tudo como está, porque simplesmente não conseguem operar dentro do novo; sequer cogitam a possibilidade do novo vir a corrigir falhas ou enganos históricos.


Neste cenário, é surpreendente ver um canal assumidamente  materialista e ateu ,exibindo um documentário, relacionando ciências ocultas à ciência moderna , deixando clara a antiga relação existente entre ambas e o quanto a ciência atual deve aos antigos místicos, videntes , magos e bruxos do passado.






Oi ??? Hein ???


A ciência moderna está numa encruzilhada. Muito do que está sendo descoberto atualmente : “Design Inteligente”, experimento da fenda dupla , teorias como a das “super cordas”, entre outras , já deixam claro os rumos que nossa ciência está seguindo, voltando , de certa forma, às suas origens ;  embora nem todos gostem desta associação.



Será então que a ciência com seu reducionismo materialista e em grande parte ateu (aqui, aos bons entendedores, não falo de religião...) estaria se redesenhando e em rota de (re)união com os místicos  , buscando unir forças e se libertando dos velhos axiomas materialistas e ateus que tanto a têm bloqueado ao longo de sua trajetória ?


Mas o que é que esta doida está dizendo ? 




Vejam isso:






domingo, 24 de janeiro de 2016

NÃO VI TITANIC !




Vou confessar um pecado – quase um crime -  e não espero contar com a benevolência de vosso julgamento, caro leitor . O crime ?  NÃO  VI   TITANIC  !

E daí ?Embora já tenha pagado minha dívida com a sociedade (reclusão social de vários meses pós filme à época ......ninguém conversa com quem não assiste a um filme desses...), vira e meche sou cobrada por isso, como ontem, numa roda de amigos.  Sei que é um filme emblemático, que sempre será mencionado em alguma roda social, que produziu imagens icônicas no cinema , blá-blá-blá......e blá.... ... mas , ainda assim, não pretendo assisti-lo . Sigo incólume.



Falo do Titanic com Di Caprio. Sim, porque “Titanics” são vários e o de minha infância foi suficiente . Titanics são como o inferno da semana santa  com  o perrengue de Jesus Cristo que não acaba nunca . Aliás, odeio Semana Santa! E isso também acontece com o carnaval ; mas já odiei mais ... Hoje, com o advento da TV a cabo , consigo passar por estes eventos – infernalmente cíclicos -   com menos tédio.

Sinceramente , qual a graça de assistir a um filme  que  TODO MUNDO  conhece o final  e que , aliás, “vamo combiná ” , ainda que tenha cenas românticas ,  é sinistro ..........e  o mocinho morre no final, juntamente a outros tantos desafortunados... E se você já sabe o final – trevoso  como esse – POR  QUE  ASSISTI-LO ???????  Seria alguma espécie de auto-punição, masoquismo ou talvez algo mais geral como a atração de um inconsciente coletivo relacionado a tragédias?  

                                   

O conceito de Inconsciente Coletivo foi criado pelo psiquiatra suíço C. G. Jung  que ampliou o conceito de inconsciente(pessoal) de Freud  após discordar de algumas ideias dele. Numa definição menos glamorosa, o inconsciente , grosso modo, seria o que não sabemos de nós mesmos ; tendo Jung ampliado o conceito de inconsciente fazendo uma distinção entre Inconsciente Pessoal ,que Freud havia estudado ( no qual encontramos o que foi recalcado, escondido, esquecido e que continua lá em nosso inconsciente , reaparecendo em sonhos, atos falhos ou até em sintomas físicos ou psíquicos)  e Inconsciente Coletivo (que não representa o que eu vivi, mas o que a humanidade como um todo viveu ;  forma de pensamento universal com carga afetiva que é herdada , dando origem às fantasias individuais e às mitologias de todas as épocas).


                                                     

É nesse emaranhado inconsciente que vivem as  imagens arquetípicas ou “imagens primordiais” ou arquétipos  ,originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas nesse inconsciente coletivo. As principais estruturas formadoras de nossa personalidade são arquétipos.Temos em nosso  imaginário, desde criança ,  exemplos de  arquétipos como o da morte, do herói,do fora da lei e outros tantos que fazem parte de nosso inconsciente coletivo e, independentemente de religião ou do lugar de onde se venha , essas imagens serão sempre muito comuns a todos e entrarão na composição dos mitos , contos de fadas, de horror ou  lendas que transmitimos de geração a geração,  pois a função dessas histórias é trazer à tona o que está  no inconsciente e cujas influências se expandem para além da psique humana , indo se aninhar até mesmo nos filmes e  na publicidade...


Bem, recusar-me  a assistir Titanic não é apenas uma decisão antissocial num exercício consciente de minha tripolaridade . Estou apenas tentando escapar desse inconsciente coletivo trágico, desse prazer mórbido ao visualizar tragédias , rejeitando parte dessa herança atávica (ainda que sejam impulsos naturais humanos ),tentando superar algumas dessas imagens trágico-arquetípicas,submersas nesse nosso inconsciente coletivo, reprimido pela religião , pela sociedade  e pelos poderes constituídos ou camuflados.






Em tempo : Di Caprio ainda é uma bela figura ; mas prefiro vê-lo hoje , mais maduro,  como em  O Lobo de Wall Street -   que ainda não vi – mas vou ver ...









Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Riso Fácil.



Não é só na política que flertamos com o fascismo, nosso humor também parece ter sido contaminado por  ele.

Apesar de não muito desconectado dos modelos estrangeiros, o humor brasileiro tem as suas particularidades. Segundo o titular de teoria da história da Universidade de São Paulo (USP) , Elias Thomé Saliba , autor do livro “As Raízes do Riso “ ,  que investiga as raízes do humor no Brasil ; a comédia feita por nós é impregnada por duas características marcantes da sociedade brasileira: a confusão entre as esferas pública e privada e a vocação para tratar tudo de maneira emocional. E ainda , de acordo com o autor , que "O humor brasileiro é reflexo da nossa falta de identidade".


O humor , em geral, é quase sempre caricatural,  mas pode ser também cruel.Ele expõe limitações, defeitos  e faz rir , ao mesmo tempo em que pode insultar. E quando insulta, é a forma mais preconceituosa de humor, a mais fácil e que menos criatividade exige, apenas reproduzindo o conservadorismo da sociedade em forma de piada e , exatamente por isso, é o humor em seu nível mais baixo.


No Brasil atual, a SUPOSTA  liberdade de ser  politicamente incorreto acabou se tornando uma ótima desculpa para humorista ruim fazer carreira. É bom lembrar que a história está repleta de desculpas aparentemente perfeitas que serviram  muito bem  para  provocar guerras,invadir nações,  violentar, oprimir e espoliar povos ; haja vista o que Israel , atualmente –com a devida desculpa do holocausto – impõe aos palestinos (verdadeiros donos da região) e com o aval da ONU . O holocausto foi, de fato, um dos maiores genocídios da humanidade , porém , utilizá-lo como desculpa ideológica para promover exatamente o mesmo contra outros povos, constitui uma trágica ironia histórica , cujo início se deu pela má interpretação e o  mau uso do  politicamente incorreto, ou do medo dele.





Fenômeno aparentemente novo , embora o humor “stand up” tenha se transformado em uma espécie de febre por aqui, ele na verdade é exercitado desde a década de 1960, por meio do já falecido humorista José Vasconcellos, além de outros como Jô Soares e Chico Anysio. Apesar disso, o estilo parece ter  renascido como novidade em meados dos anos 2000 , revelando novos nomes como os dos integrantes do CQC ,na Band , além do  grupo de Marcelo Adnet ,os quais , por meio da internet , obtiveram alguma notoriedade e audiência  mas também críticas e debates sobre seus  textos  ou improvisos. Segundo Saliba, "Em algumas épocas, sobretudo as de forte censura, o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera diversão";  entretanto , o que se vê, sob o manto do direito ao politicamente incorreto (talvez resquícios de traumas de nossa história recente,relacionada a tempos de censura ), são piadas rasas e carregadas de um alto teor de bullying , defendidas por alguns destes novos “comediantes” como sendo humor , quando , na verdade, o que deveria estar em jogo e  sendo discutido seria a qualidade artística – inexistente - do texto.

Assim, o que  não só diferencia  mas também separa comediantes  ruins dos bons humoristas e dos consagrados comediantes de stand-up (há alguns muito bons) , não é o tom politicamente incorreto mas sim a péssima qualidade de suas piadas que , de tão baixas, tem-se a nítida sensação de que , por exemplo,  comediantes como Danilo Gentilli  e Rafinha Bastos, estejam simplesmente proferindo ofensas como se estivessem no pátio de uma escola praticando bullying , sem apresentar algo  realmente criativo ou exercer qualquer conteúdo crítico sobre a atualidade.Com este expediente, a fama de alguns humoristas parece ter sido construída, basicamente , ofendendo pessoas públicas ,  pegando  carona na fama alheia . Há quem os defenda? Sim, há. Entretanto, quase sempre baseados no mesmo tipo de argumentação falha e carente de sustentação mínima, afinal,  usam o mesmo argumento  infundado de que não se possa cercear o humor politicamente incorreto, quando na verdade deveria se mencionar a qualidade da piada ou   a falta de conteúdo crítico sobre a atualidade .

Estou exagerando ? Bem, vamos lá então. Na frase (piada?)  de Rafinha Bastos, no programa CQC da Band , sobre a beleza da cantora Wanessa Camargo, que estava , à época,  grávida do primeiro filho : "Eu comeria ela e o bebê" ; ou ainda : "A criatura tem pelo, é feia, fede a enxofre e não posso chamar de demônio? Tem de chamar de Heloísa Helena?"    (Danilo Gentili, em cena do 'espetáculo' Danilo Gentili Politicamente Incorreto) e : "Eu não me importo com o que os psicólogos dizem: seu filho não é autista. Ele é simplesmente burro. Ou preguiçoso. Ou ambos "  Enfim,  que tipo de criatividade humorística podem ter  frases como essas ? Que tipo de conteúdo crítico , que  muitas vezes só o humor pode despertar, pode ser observado nestas “piadas”  ? A liberdade de ser  politicamente incorreto acabou se tornando uma ótima desculpa para humorista ruim .

Ok, o preconceito  está na sociedade e o humor dialoga com o preconceito. Tá ! Mas este diálogo não está livre de certas discussões. O humor pode reforçar – ou não – os estereótipos. Ele busca o reconhecimento, o aplauso e o riso. O prazer do riso  advém da capacidade de conquistar a plateia . Qual é o caminho mais fácil para esta conquista? Para alguns humoristas , a forma mais fácil de provocar risadas é investir no preconceito, nos estereótipos. Se estes estereótipos são compartilhados pela maioria, basta falar o que a maioria quer ouvir. Assim, o humorista se desresponsabiliza  com o argumento de que está apenas resgatando algo que já estava presente na mente de quem riu e  transfere o ônus ( e portanto reconhece que há um ônus para alguém) para o público . Mas , se está na cabeça de quem riu ,e em certa medida até no inconsciente coletivo,também está na de quem fez a piada. Mas o pretenso humorista , ao agir assim, tenta descomprometer-se, preferindo imaginar que seu discurso é neutro e ou apenas reproduz os valores dos outros. O "humorista" Danilo Gentili , certa feita, ao arrancar risadas com uma de suas piadas disse que  a platéia não deveria ter rido. Ora , assim sendo, se não era para rirem, por que então decidiu contá-la ? Segundo ele, porque o público ri , concluindo de forma simplista  que o  grande  errado da história  é quem ri e não quem conta a suposta "piada" , tentando isentar-se do fato, como se fosse possível.




Uma sociedade livre deve conceder espaço para que opiniões ofensivas e humilhantes possam ser proferidas em público ?



.............Então, do que é que você anda rindo  ?



“Nada descreve melhor o caráter dos
 homens do que aquilo que eles acham ridículo.”    
J. Goethe.



E aos que possam achar que estou implicando
 com o gênero Stand up, deixo aqui o vídeo de um COMEDIANTE que , 
de fato , valeu-se de sua liberdade de expressão e ousadia para  uma apresentação de muita sensibilidade, conteúdo ,sentido e HUMOR ;  e que , sem falar português (e menos ainda alemão...rrsss) acrescenta algo a quem assiste e  cuja inspiração não poderia ser ninguém menos que Charles Chaplin, que em toda sua extensa arte jamais precisou denegrir alguém para fazer sucesso no mundo inteiro:


Fábio Rabin - "Hitler"
www.fabiorabin.com.br

Personagem de Fábio Rabin “Hitler” no show anual de Halloween do “Comédia ao Vivo”.
Fábio Rabin se diz judeu e menciona como referência de  trabalho o seu ídolo Charles Chaplin.
Talvez exatamente isso o diferencie dos "outros".




Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Micos Retroativos.



Sou de uma época em que segredo  a dois não era  mais segredo, por óbvio. Porém, escondê-lo consigo  mesma costumava ser  suficiente ou , existindo provas materiais ( fotos, filmes, cartas...) , bastava guardá-las devidamente em algum cofre , gaveta  ou  baú com chave...). No máximo  seria conhecido após sua morte ou  por um descuido qualquer ou azar .





E nossos “micos”? Ah ! Ficavam registrados apenas  em fotos físicas ou em filmes sobre os quais tínhamos algum poder de ocultá-los e que , um dia , seriam esquecidos  ou se deteriorariam ou não existiriam mais aquelas tecnologias ultrapassadas para que fossem revistos ; haja vista o quase fim nada trágico da fita cassete , da fita VHS de vídeo, das fotos impressas ...  Bons tempos aqueles !



Mas, e essa nova geração ? Daqui a alguns anos, quando já tiverem aquela noção - que só o tempo dá   -  de que pagamos alguns “micos” dos quais nos arrependemos depois de algum tempo e a vida inteira , terão eles a chance de ter seus  micos  devidamente guardados em algum lugar esquecido do passado ? Talvez  não.

Com o advento da internet e  dos fotógrafos amadores via celular(todos nós), nada passa impune e os micos se tornaram  retroativos e cíclicos . Ao menor deslize seu  - e convenhamos , a juventude é a época mais propícia e fecunda aos deslizes -  lá estarão a internet e os tais “fotógrafos” , a postos , para registrar o evento apoteótico de auto-humilhação e o tornar  inesquecível , persistente e recorrente.

















                                 



Pouco tempo atrás , vergonha alheia (aquela vergonha que você sente ao presenciar alguém fazendo algo constrangedor ) era um sentimento bastante comum. Quando sentimos “vergonha alheia” , algumas células de nosso cérebro simulam tudo que está acontecendo a nossa volta, dando a sensação de que estamos fazendo aquilo que está sendo presenciado e , por isso , sentimos uma certa vergonha imediata ou vergonha alheia,  servindo para que você pense duas vezes antes de sair fazendo qualquer coisa em  público. Mas este sentimento parece estar  desaparecendo e dando lugar a uma espécie  de prazer mórbido de reproduzir a cena “ad eternum” e , por mais estranho que pareça , na maioria das vezes, com um certo consentimento tácito da “vítima” -  como se visse em seu “fotógrafo” o mentor de seus quinze minutos de fama – cada vez mais  necessários para a existência desse “novo ser
 moderno” ; ainda que isto o leve aos  píncaros do ridículo e venha persegui-lo por décadas.










Não costumo ser saudosista, mas tenho a impressão de que já fomos humanos melhores....
... ao menos nisso... 
Mary Lúcia Oliveira.


sábado, 26 de dezembro de 2015

Limbo Etário


Na Grécia antiga ,a velhice era representada pelo deus ou demônio , chamado Geras, parceiro de Thanatos(a morte). Geras detinha   poder sobre os mortais  e  influenciava  em suas relações com os deuses, como no mito de Apolo e  Marpessa:  Apolo (o belo e irresistível deus da juventude); Marpessa(princesa mortal de extraordinária beleza ) que recusou casar-se com  Apolo para não correr o risco de que ele a abandonasse quando chegasse  a velhice.





Na Grécia e no mundo de hoje,
já conseguimos  driblar Geras e adiar o encontro com Thanatos . . .










(. . . )



Enfim, você se cuida. Cuida da alimentação , faz exercícios , bebe bastante água, cuida da mente , do espírito ;  e ainda consegue fazer  isso sem muito sofrimento. Você fez e faz tudo  mais ou menos certinho e...   ... realmente funcionou : você chegou aos quarenta , de fato, com tudo relativamente   “em cima”. É motivo de espanto, tanto para os amigos quanto para os que vierem a conhecê-la. Ok, tudo bem, amigo não vale; mas o espanto alheio é  bastante convincente quando mencionada sua idade.Aparentemente, você  ganhou ,”chegou lá” e bem. 






Mas (sempre haverá um mas...), se ao “chegar lá” você chegou acompanhada (embora sozinha neste propósito de se cuidar...), dentro de um relacionamento estável e relativamente feliz , quase sempre terá de lidar com a insegurança do parceiro , além de poder vir a ser  presa fácil das consequentes ideias de dissonância que vão lhe invadir vez por outra , de não estar em sintonia  com este ser , por vezes , tão divergente e , provavelmente, com metas  e formas de ver a vida tão diferentes de si mesma ( e que  ocasionalmente se refletem na aparência desse ser ... ). 

Ou seja, a chance de separação será , provavelmente , grande ; afinal , o que mantém um casal unido não é –ou deveria ser – uma certa sintonia?





No entanto, se você “chegou lá”  sozinha -  de bem consigo mesma e sozinha (livre)  -  seus infortúnios  serão tão relevantes quanto.




Mas qual o problema , então ? Afinal,  o assédio masculino não só continua como tende a aumentar , já que você está mais madura e segura de si...



Bem , o problema é que você passa a viver em uma espécie de  limbo etário : jovem ainda para  se ver ao lado do velho ogro machista , ao qual a sociedade permite a cômoda decisão de não se cuidar e , tecnicamente ,  velha demais ( noção implantada pela mesma  sociedade machista , a quem tudo permite ao macho e exclui à fêmea ) em relação  aos mais jovens por quem venha a ser paquerada . Você vira uma espécie de entidade mítica , vivendo em algo como um  limbo etéreo-etário, nada épico , flanando acima do bem e do mal . . .


.  .  .


Marpessa não deve ter chegado aos quarenta. Se chegou , já não era mais tão senhora de si como somos hoje . . .  


. . . mas não  ficar com  Apolo ainda terá sido uma boa decisão ( !  -  ? ) . . . 



Mary  Lúcia  Oliveira.




domingo, 20 de dezembro de 2015

Aos Preparados - Ou de Como Tudo Pode Não Ser Bem O Que É





Dia desses , ouvi alguém fazer um comentário maldoso acerca de um desses programas religiosos de TV. Que estejam  todos dentro do esquema capitalista , “vá lá...” , mas daí a achar que uns detêm  mais a verdade religiosa que outros é , para dizer o mínimo, ridículo , afinal , o fiel terá sempre que acreditar em  dogmas ( e portanto algo que não se pode provar)  e participar de algum ritual.

Sinceramente , não consigo ver grande  diferença entre o sacrifício humano dentro de rituais  religiosos  de tempos remotos  e  os rituais  ( sim , são rituais também ! ) dentro de uma missa , culto , giras, sessões mediúnicas e outros tantos...  Em uma  definição dicionarizada  para ritual:  “...ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade.”  Ou seja, desde o sacrifício imposto às virgens por uma boa colheita , não mudamos tanto assim ; apenas tornamos o ambiente religioso um tanto mais asséptico ...   ...  aquele sangue todo devia dar muito trabalho para limpar depois...

Isso lhe parece cruel , caro(a) leitor(a) ? Não , são apenas os fatos , sem máscaras , disfarces  ou embustes. Mas eu sei , é muito difícil aceitar verdades para as quais estamos sendo treinados a boicotar desde sempre, entretanto, você está preparado(a) para , ao menos , escutar  vozes diferentes , que podem , inicialmente, serem dissonantes da “realidade” que te apresentaram desde há muito ?  Está? Será ? 

Bem, então ,  quero lhe fazer um convite , nobre leitor(a) ! Vamos brincar de  “e  se ...?”

E se daqui a alguns anos formos considerados  tão místicos e atrasados como os “bárbaros” de tempos remotos , cuja religiosidade baseava-se em  sacrifícios , práticas e crenças  hoje consideradas ultrapassadas?

Para começarmos ,e  se  pegarmos, por exemplo ,um grande  nome  cristão -  Jesus - e , ao menos , aceitarmos uma discussão acerca de sua real existência, como ser mítico  e , de repente, esbarrarmos em estudos sérios (a teoria do mito de Cristo - também conhecido como Jesus mítico ou a hipótese da inexistência de Jesus) que mostram que a figura de Jesus de Nazaré , provavelmente, não tenha sido de fato uma pessoa histórica , mas sim,  um personagem fictício ou mitológico , criado pela comunidade cristã primitiva ?

Os proponentes desta tese ; os  pensadores do Iluminismo francês,  Constantin-François Volney e Charles François Dupuis na década de 1790 ; Bruno Bauer e Arthur Drews, no século 20 e mais recentemente, GA Wells, Alvar Ellegård e Robert M. Price , tendo a ideia ganhado a  atenção do público moderno por meio de autores como:Richard Dawkins, Christopher Hitchens e o filósofo francês Michel Onfray , alegam que textos , ocorrências ou frases associados com a figura de Jesus no Novo Testamento podem ter sido elaborados a partir de uma ou mais pessoas que realmente existiram, mas que nenhum destes  poderiam ser considerados  como  fundadores  do cristianismo. Os estudiosos envolvidos neste estudo buscam evidências de um Jesus histórico  -  e não apenas de uma figura mitológica – pois acreditam que sua existência poderia ser comprovada por meio de documentos ou outras evidências mais substanciais . Exatamente por isso , muito do material acerca de Jesus no Novo Testamento carece de comprovação factual e , segundo os estudiosos, não deve ser levado ao “pé da letra”.

Os argumentos utilizados por estes pesquisadores   para apoiar a teoria  enfatizam a ausência de referências  sobre a vida de Jesus que não sejam as  cristãs no século I, e ainda ,que o cristianismo possa ter surgido  organicamente do judaísmo helenístico , baseando-se (quase uma cópia) em paralelos do Jesus histórico com os deuses gregos, egípcios entre outros, especialmente aqueles que possuem mitos sobre a morte e ressurreição...”  Pois é, parece que ouve plágio religioso , minha gente !

Vejam isso:

Tamuz: deus da Suméria e Fenícia, morreu com uma chaga no flanco e, três dias depois, levantou-se do túmulo e o deixou vazio com a pedra que o fechava a um lado. Belém era o centro do culto a Tamuz.
Hórus - 3000 a.C.:
Deus egípcio do Céu, do Sol e da Lua.Nasceu de  Isis, de forma milagrosa, sem envolvimento sexual.Seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro.Consta que ressuscitou um homem de nome EL-AZAR-US ( não lembra Lázaro?)
Um de seus títulos é "Krst" ou "Karast".Lutou durante 40 dias no deserto contra as tentações de Set (divindade comparada a Satã). Foi batizado com água por Anup e era representado por uma cruz.
A trindade Atom (o pai), Hórus (o filho) e Rá (comparado ao Espírito Santo).
Mitra - séc. I a.C.:
Originalmente um deus persa, mas foi adotado pelos romanos e convertido em deus Sol, era o intermediário entre Ormuzd (Deus-Pai) e o homem. Seu  nascimento é comemorado em 25 de dezembro.Nasceu de forma milagrosa, sem envolvimento sexual. Pastores vieram adorá-lo, com presentes como ouro e incenso,                                                                          
e   viria livrar o mundo do seu irmão maligno, Ariman.
 Era considerado um professor e um grande mestre viajante .
 identificado com o leão e o cordeiro.
Seu dia sagrado era domingo -"Sunday" -  "dia do sol", centenas de anos antes de Cristo e  sua festa era no período que se tornou mais tarde a Páscoa cristã. Também possuiu  doze companheiros ou discípulos , além de igualmente  executar milagres, tendo sido  enterrado em um túmulo e após três dias ressuscitado, sendo comemorada tal ressurreição a cada ano.
Átis (Frígia / Roma) - 1200 a.C.:
Também nasceu a  25 de dezembro , de  uma virgem. Tendo sido  crucificado  e ressuscitado ao terceiro dia  também.
Buda - séc. V a.C.:
Sua missão de salvador do mundo foi profetizada quando ele ainda era um bebê. Por volta dos 30 anos inicia sua vida espiritual. Foi impiedosamente tentado pelas forças do mal enquanto jejuava.Caminhou sobre as águas (Anguttara Nikaya ). Ensinava por meio de parábolas, inclusive uma sobre um "filho pródigo". A partir de um pão alimentou 500 discípulos, e ainda sobrou (Jataka). Transfigurou-se em frente aos discípulos, com luz saindo de seu corpo. Após sua morte, ressuscitou (apenas na tradição chinesa).
Baco / Dionísio - séc. II a.C.: (Deus grego-romano do vinho).Nascido da virgem Sémele (que foi fecundada por Zeus).Quando criança, quiseram matá-lo.Fez milagres, como a transformação da água em vinho e a multiplicação dos peixes. Após sua morte, ressuscitou. Era chamado de "Filho pródigo" de Zeus.
Hércules - séc. II a.C.:
Nascido da virgem Alcmena, que foi fecundada por Zeus.Seu nascimento também é comemorado em 25 de dezembro. Foi impiedosamente tentado pelas forças do mal (Hera, a ciumenta esposa de Zeus).Sua esposa ,  causadora de sua morte.arrepende-se  e se mata enforcada. Em sua morte ,momento no qual ocorre um terremoto e um eclipse do Sol,  estão presentes: sua mãe e seu discípulo mais amado (Hylas).Ressuscita e ascende aos céus.
Krishna - 3228 a.C.:
Um avatar do Deus Vishnu ( avatar: uma espécie de  personificação ou encarnação de um deus). Igualmente , nasceu de uma virgem, Devaki ("Divina")  no dia 25 de dezembro. Uma estrela  também avisou  sua chegada. É a segunda pessoa da trindade e também foi perseguido por um tirano que promoveu o massacre de milhares de crianças. Da mesma forma , fez milagres e ,em  algumas tradições , morreu em uma árvore, tendo ressuscitado após a morte.

Enfim , chocado ? Perplexo com tantas  “ coincidências  biográficas “  ? Prefere não pensar sobre o assunto ? Bem , a escolha é de cada um . Mas , segundo os defensores de "O Mito de Cristo", isto prova o quanto os  autores dos Evangelhos, ao escreverem as histórias de vida de Jesus, tomaram emprestados relatos e feitos de outros deuses antigos ou heróis. Como sociedade , fazemos isso ainda  hoje. Até as constituições dos países tomam emprestadas as experiências ou as leis de outros ao conceberem suas próprias leis...

Muitos ainda podem dizer: “ Ah ! Mas há relatos históricos sim !  E  o historiador Flávio Josefo, por exemplo  ? “   Bem , embora sejam muito  frequentemente citados  como  evidência  da passagem de um Jesus histórico , historiadores antigos como: Flávio Josefo, Tácito, Suetônio e outros , possuem relatos advindos de outros relatos .Suas histórias são derivadas e , portanto, não originais. O mais antigo deles - Flávio Josefo - por exemplo, nasceu, no mínimo, cinco anos após a suposta morte de Jesus. Não há  testemunhos diretos dos fatos. Além disso, alguns parágrafos dos livros de Josefo são questionados, supondo-se que foram mais tarde interpolações cristãs. E  ainda, mesmo os  antigos relatos não-cristãos de Jesus foram escritos quando o Cristianismo já estava  generalizado.



Bem, ainda há os mais radicais que sequer aceitam a existência de um Jesus (homem) ao qual foram acrescentados feitos míticos ,  afirmando  que Jesus simplesmente não existiu,  ou uma outra corrente que diz que Jesus seria um extraterrestre. Contudo , antes de rolar de rir , leia  na bíblia “ EZEQUIEL -cap. I”   e tente colocar-se  na pele do personagem que tem a “visão do carro divino”. Se você estivesse lá , naquele momento,  e visse um suposto extraterrestre , você, que não conhecia  luz , motores, energia de espécie alguma , não teria descrito a visão de um suposto ovni de uma forma muito parecida ,  como se estivesse tendo uma visão divina , como a descrita pelo personagem bíblico em questão ?




..........Mas , e você Mary , o que acha ? 
Bem, não sei ao certo . 
Euzinha fui criada na culpa católica 
e já faço muito em tentar deixar minha mente aberta...



E só para complicar um pouquinho...


Mary  Lúcia  Oliveira.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Bônus Track - Um acréscimo ao texto anterior ...




... eu não me perdoaria por não fazer este acréscimo:

Esqueci-me de dizer: é muito comum algumas pessoas imaginarem que fumar poucos cigarros ou até mesmo apenas um  por dia não viria a fazer mal. Apesar do risco não ser o mesmo que o de uma pessoa que fume um maço por dia, você já pode ser considerado um fumante. Cada único cigarro contém mais de 4.500 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas e tóxicas. Expor–se a elas será sempre nocivo.Não importa o quanto se fume; fumar pouco ou apenas conviver com fumantes provoca danos à saúde. Assim, apesar de se considerarem fumantes "leves", quem fuma até quatro cigarros por dia (veja bem este até significa de 1-inclusive- até 4 ) também tem maior risco de desenvolver doenças cardíacas, vasculares, respiratórias e vários tipos de câncer - especialmente o de pulmão.

E tem mais:

Segundo pesquisa feita por  Stephen S. Hecht, do Centro Maçônico do Câncer e do departamento de farmacologia da Universidade de Minnesota em Minneapolis, em um boletim da Associação Química Americana , o cigarro começa a destruir o DNA do fumante poucos minutos depois que a fumaça é inalada, sugerindo que o hábito cause danos genéticos imediatos, rapidamente aumentando o risco de câncer em curto prazo.

Hecht e sua equipe relataram na revista especializada " Chemical Research in Toxicology" ,de janeiro de 2011  que,  durante a pesquisa, eles se concentraram em uma classe de causadores de câncer - encontrados na fumaça do cigarro- os chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ou HAPs. Os HAPs são conhecidos por causar danos ao DNA e por isso acredita-se que  tenham um importante papel na fase inicial do câncer de pulmão e , ao transformarem-se rapidamente no corpo em uma toxina conhecida, o HAP em questão começa a causar danos ao DNA do fumante entre 15 e 30 minutos depois da inalação da fumaça, rapidez essa que  surpreendeu a equipe de pesquisa. Conforme os pesquisadores relataram, "...a velocidade com a qual o ataque potencialmente letal ao DNA teve início foi comparável a injetar o HAP diretamente na corrente sanguínea do indivíduo".

É isso.


Mary  Lúcia  Oliveira.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Fumar , às Vezes , NÃO Mata...




A MEU IRMÃO.


Embora saiba que disfarçará por meio de evasivas a falta de coragem para ler isso.






Fumantes são seres com uma grande capacidade de autoiludir-se .Digo isso porque também fumei  por cerca de 10 longos anos , dos quais , em pelo menos 7 deles , tenha conseguido  deixar de me iludir - sempre  tentando parar de fumar- o que consegui há quase exatos 14 anos, oito meses e alguns dias . Sim, ainda conto e comemoro o tempo decorrido desde então.


E como ex-fumante, penso que ,  uma capacidade inventiva enorme de autoiludir-se,  talvez seja a melhor definição para um fumante inveterado pois , apesar do óbvio ululante: FUMAR É O QUE DE PIOR ALGUÉM PODE FAZER COM O PRÓPRIO CORPO, E TEM SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS – TANTO A MÉDIO QUANTO A LONGO PRAZO - a maioria dos fumantes continua agindo como se isso fosse uma inverdade ou uma informação desnecessária , ou pior: reagindo com piadinhas sarcásticas que o impedem de enxergar sua real condição.

É preciso mesmo muita  imaginação para desconsiderar pesquisas acerca da relação câncer-tabaco  ; para ocultar de si mesmo a mensagem clara e direta das fotos de casos reais, veiculadas nos maços de cigarro; acreditar simploriamente que consigo será diferente  ou , simples e inadvertidamente , deixar-se  envolver  pelos falsos benefícios do cigarro como: distração , lazer , socialização.



Não são muitos os jovens fumantes hoje, embora persistam . Coincidência ou não , com a proibição da propaganda  de  produtos derivados de tabaco em revistas, jornais, outdoors, televisão e rádios de 2000 para cá, houve uma redução significativa no número de novos fumantes,  o que prova que  grande parte da adesão ao cigarro venha de fato de um apelo social ou de uma muleta emocional e social , oferecida pelo cigarro e induzida pela propaganda, que sempre fora associada a tudo que , falsamente, remetia ao bem-estar, beleza, glamour  e traquejo social .



Assim, é muito mais comum ver adultos ou  idosos , que  foram  expostos à influência
 social da propaganda do cigarro  , completamente enredados  ou autoiludidos
  em relação às consequências do cigarro.


Creio ainda que fumantes não possuam um bom raciocínio matemático ou quem sabe a nicotina tenha  inibido  essa função cerebral , sei lá... É muito comum ouvir argumentações do tipo :   “...Conheço fulano(a)com XX anos ,que fuma desde a adolescência e nunca teve nada...”  , fingindo não se lembrar ou não querendo fazer uma continha básica de que , décadas atrás , a vida não só era menos poluída  como o próprio cigarro ( ou fumo de corda) não apresentava toda a química que hoje  possui , além de preferir acreditar  que estes casos singulares e esporádicos  sejam mais emblemáticos que a estrondosa verdade da maioria, estatisticamente quantificada, vitimada pelo tabaco.

.........e neste exato momento , meu irmão mais novo , fumante inveterado desde os 12 anos de idade,  não consegue passar um dia sequer  sem que necessite de uma nova muleta:  um aparelho de inalação...  ...   “...Não , é claro que não pode ser nada grave  , é só o  tempo que está muito seco...” 




Caros e inveterados fumantes, amigos,parentes !

Encham-se de alguma coragem e vejam  isso :






...e desculpem a possível dureza dessas palavras.Não é fácil a sensação de estar perdendo a quem se quer bem e não ter muito o que fazer ...


Mary  Lúcia  Oliveira.