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Colunista:

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domingo, 24 de janeiro de 2016

NÃO VI TITANIC !




Vou confessar um pecado – quase um crime -  e não espero contar com a benevolência de vosso julgamento, caro leitor . O crime ?  NÃO  VI   TITANIC  !

E daí ?Embora já tenha pagado minha dívida com a sociedade (reclusão social de vários meses pós filme à época ......ninguém conversa com quem não assiste a um filme desses...), vira e meche sou cobrada por isso, como ontem, numa roda de amigos.  Sei que é um filme emblemático, que sempre será mencionado em alguma roda social, que produziu imagens icônicas no cinema , blá-blá-blá......e blá.... ... mas , ainda assim, não pretendo assisti-lo . Sigo incólume.



Falo do Titanic com Di Caprio. Sim, porque “Titanics” são vários e o de minha infância foi suficiente . Titanics são como o inferno da semana santa  com  o perrengue de Jesus Cristo que não acaba nunca . Aliás, odeio Semana Santa! E isso também acontece com o carnaval ; mas já odiei mais ... Hoje, com o advento da TV a cabo , consigo passar por estes eventos – infernalmente cíclicos -   com menos tédio.

Sinceramente , qual a graça de assistir a um filme  que  TODO MUNDO  conhece o final  e que , aliás, “vamo combiná ” , ainda que tenha cenas românticas ,  é sinistro ..........e  o mocinho morre no final, juntamente a outros tantos desafortunados... E se você já sabe o final – trevoso  como esse – POR  QUE  ASSISTI-LO ???????  Seria alguma espécie de auto-punição, masoquismo ou talvez algo mais geral como a atração de um inconsciente coletivo relacionado a tragédias?  

                                   

O conceito de Inconsciente Coletivo foi criado pelo psiquiatra suíço C. G. Jung  que ampliou o conceito de inconsciente(pessoal) de Freud  após discordar de algumas ideias dele. Numa definição menos glamorosa, o inconsciente , grosso modo, seria o que não sabemos de nós mesmos ; tendo Jung ampliado o conceito de inconsciente fazendo uma distinção entre Inconsciente Pessoal ,que Freud havia estudado ( no qual encontramos o que foi recalcado, escondido, esquecido e que continua lá em nosso inconsciente , reaparecendo em sonhos, atos falhos ou até em sintomas físicos ou psíquicos)  e Inconsciente Coletivo (que não representa o que eu vivi, mas o que a humanidade como um todo viveu ;  forma de pensamento universal com carga afetiva que é herdada , dando origem às fantasias individuais e às mitologias de todas as épocas).


                                                     

É nesse emaranhado inconsciente que vivem as  imagens arquetípicas ou “imagens primordiais” ou arquétipos  ,originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas nesse inconsciente coletivo. As principais estruturas formadoras de nossa personalidade são arquétipos.Temos em nosso  imaginário, desde criança ,  exemplos de  arquétipos como o da morte, do herói,do fora da lei e outros tantos que fazem parte de nosso inconsciente coletivo e, independentemente de religião ou do lugar de onde se venha , essas imagens serão sempre muito comuns a todos e entrarão na composição dos mitos , contos de fadas, de horror ou  lendas que transmitimos de geração a geração,  pois a função dessas histórias é trazer à tona o que está  no inconsciente e cujas influências se expandem para além da psique humana , indo se aninhar até mesmo nos filmes e  na publicidade...


Bem, recusar-me  a assistir Titanic não é apenas uma decisão antissocial num exercício consciente de minha tripolaridade . Estou apenas tentando escapar desse inconsciente coletivo trágico, desse prazer mórbido ao visualizar tragédias , rejeitando parte dessa herança atávica (ainda que sejam impulsos naturais humanos ),tentando superar algumas dessas imagens trágico-arquetípicas,submersas nesse nosso inconsciente coletivo, reprimido pela religião , pela sociedade  e pelos poderes constituídos ou camuflados.






Em tempo : Di Caprio ainda é uma bela figura ; mas prefiro vê-lo hoje , mais maduro,  como em  O Lobo de Wall Street -   que ainda não vi – mas vou ver ...









Mary Lúcia Oliveira.

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