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Colunista:

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sábado, 30 de janeiro de 2016

Mantendo a Mente Aberta - Ciência e Ocultismo

Cutucando a inércia mental...


Nos ridículos seculares, quando a humanidade está perto de algo novo , de evoluir em costumes , crenças e conhecimento, sempre aparecem os estúpidos medrosos do contra- especialmente dentro dos poderes constituídos - tentando deixar tudo como está, porque simplesmente não conseguem operar dentro do novo; sequer cogitam a possibilidade do novo vir a corrigir falhas ou enganos históricos.


Neste cenário, é surpreendente ver um canal assumidamente  materialista e ateu ,exibindo um documentário, relacionando ciências ocultas à ciência moderna , deixando clara a antiga relação existente entre ambas e o quanto a ciência atual deve aos antigos místicos, videntes , magos e bruxos do passado.






Oi ??? Hein ???


A ciência moderna está numa encruzilhada. Muito do que está sendo descoberto atualmente : “Design Inteligente”, experimento da fenda dupla , teorias como a das “super cordas”, entre outras , já deixam claro os rumos que nossa ciência está seguindo, voltando , de certa forma, às suas origens ;  embora nem todos gostem desta associação.



Será então que a ciência com seu reducionismo materialista e em grande parte ateu (aqui, aos bons entendedores, não falo de religião...) estaria se redesenhando e em rota de (re)união com os místicos  , buscando unir forças e se libertando dos velhos axiomas materialistas e ateus que tanto a têm bloqueado ao longo de sua trajetória ?


Mas o que é que esta doida está dizendo ? 




Vejam isso:






domingo, 24 de janeiro de 2016

NÃO VI TITANIC !




Vou confessar um pecado – quase um crime -  e não espero contar com a benevolência de vosso julgamento, caro leitor . O crime ?  NÃO  VI   TITANIC  !

E daí ?Embora já tenha pagado minha dívida com a sociedade (reclusão social de vários meses pós filme à época ......ninguém conversa com quem não assiste a um filme desses...), vira e meche sou cobrada por isso, como ontem, numa roda de amigos.  Sei que é um filme emblemático, que sempre será mencionado em alguma roda social, que produziu imagens icônicas no cinema , blá-blá-blá......e blá.... ... mas , ainda assim, não pretendo assisti-lo . Sigo incólume.



Falo do Titanic com Di Caprio. Sim, porque “Titanics” são vários e o de minha infância foi suficiente . Titanics são como o inferno da semana santa  com  o perrengue de Jesus Cristo que não acaba nunca . Aliás, odeio Semana Santa! E isso também acontece com o carnaval ; mas já odiei mais ... Hoje, com o advento da TV a cabo , consigo passar por estes eventos – infernalmente cíclicos -   com menos tédio.

Sinceramente , qual a graça de assistir a um filme  que  TODO MUNDO  conhece o final  e que , aliás, “vamo combiná ” , ainda que tenha cenas românticas ,  é sinistro ..........e  o mocinho morre no final, juntamente a outros tantos desafortunados... E se você já sabe o final – trevoso  como esse – POR  QUE  ASSISTI-LO ???????  Seria alguma espécie de auto-punição, masoquismo ou talvez algo mais geral como a atração de um inconsciente coletivo relacionado a tragédias?  

                                   

O conceito de Inconsciente Coletivo foi criado pelo psiquiatra suíço C. G. Jung  que ampliou o conceito de inconsciente(pessoal) de Freud  após discordar de algumas ideias dele. Numa definição menos glamorosa, o inconsciente , grosso modo, seria o que não sabemos de nós mesmos ; tendo Jung ampliado o conceito de inconsciente fazendo uma distinção entre Inconsciente Pessoal ,que Freud havia estudado ( no qual encontramos o que foi recalcado, escondido, esquecido e que continua lá em nosso inconsciente , reaparecendo em sonhos, atos falhos ou até em sintomas físicos ou psíquicos)  e Inconsciente Coletivo (que não representa o que eu vivi, mas o que a humanidade como um todo viveu ;  forma de pensamento universal com carga afetiva que é herdada , dando origem às fantasias individuais e às mitologias de todas as épocas).


                                                     

É nesse emaranhado inconsciente que vivem as  imagens arquetípicas ou “imagens primordiais” ou arquétipos  ,originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas nesse inconsciente coletivo. As principais estruturas formadoras de nossa personalidade são arquétipos.Temos em nosso  imaginário, desde criança ,  exemplos de  arquétipos como o da morte, do herói,do fora da lei e outros tantos que fazem parte de nosso inconsciente coletivo e, independentemente de religião ou do lugar de onde se venha , essas imagens serão sempre muito comuns a todos e entrarão na composição dos mitos , contos de fadas, de horror ou  lendas que transmitimos de geração a geração,  pois a função dessas histórias é trazer à tona o que está  no inconsciente e cujas influências se expandem para além da psique humana , indo se aninhar até mesmo nos filmes e  na publicidade...


Bem, recusar-me  a assistir Titanic não é apenas uma decisão antissocial num exercício consciente de minha tripolaridade . Estou apenas tentando escapar desse inconsciente coletivo trágico, desse prazer mórbido ao visualizar tragédias , rejeitando parte dessa herança atávica (ainda que sejam impulsos naturais humanos ),tentando superar algumas dessas imagens trágico-arquetípicas,submersas nesse nosso inconsciente coletivo, reprimido pela religião , pela sociedade  e pelos poderes constituídos ou camuflados.






Em tempo : Di Caprio ainda é uma bela figura ; mas prefiro vê-lo hoje , mais maduro,  como em  O Lobo de Wall Street -   que ainda não vi – mas vou ver ...









Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Riso Fácil.



Não é só na política que flertamos com o fascismo, nosso humor também parece ter sido contaminado por  ele.

Apesar de não muito desconectado dos modelos estrangeiros, o humor brasileiro tem as suas particularidades. Segundo o titular de teoria da história da Universidade de São Paulo (USP) , Elias Thomé Saliba , autor do livro “As Raízes do Riso “ ,  que investiga as raízes do humor no Brasil ; a comédia feita por nós é impregnada por duas características marcantes da sociedade brasileira: a confusão entre as esferas pública e privada e a vocação para tratar tudo de maneira emocional. E ainda , de acordo com o autor , que "O humor brasileiro é reflexo da nossa falta de identidade".


O humor , em geral, é quase sempre caricatural,  mas pode ser também cruel.Ele expõe limitações, defeitos  e faz rir , ao mesmo tempo em que pode insultar. E quando insulta, é a forma mais preconceituosa de humor, a mais fácil e que menos criatividade exige, apenas reproduzindo o conservadorismo da sociedade em forma de piada e , exatamente por isso, é o humor em seu nível mais baixo.


No Brasil atual, a SUPOSTA  liberdade de ser  politicamente incorreto acabou se tornando uma ótima desculpa para humorista ruim fazer carreira. É bom lembrar que a história está repleta de desculpas aparentemente perfeitas que serviram  muito bem  para  provocar guerras,invadir nações,  violentar, oprimir e espoliar povos ; haja vista o que Israel , atualmente –com a devida desculpa do holocausto – impõe aos palestinos (verdadeiros donos da região) e com o aval da ONU . O holocausto foi, de fato, um dos maiores genocídios da humanidade , porém , utilizá-lo como desculpa ideológica para promover exatamente o mesmo contra outros povos, constitui uma trágica ironia histórica , cujo início se deu pela má interpretação e o  mau uso do  politicamente incorreto, ou do medo dele.





Fenômeno aparentemente novo , embora o humor “stand up” tenha se transformado em uma espécie de febre por aqui, ele na verdade é exercitado desde a década de 1960, por meio do já falecido humorista José Vasconcellos, além de outros como Jô Soares e Chico Anysio. Apesar disso, o estilo parece ter  renascido como novidade em meados dos anos 2000 , revelando novos nomes como os dos integrantes do CQC ,na Band , além do  grupo de Marcelo Adnet ,os quais , por meio da internet , obtiveram alguma notoriedade e audiência  mas também críticas e debates sobre seus  textos  ou improvisos. Segundo Saliba, "Em algumas épocas, sobretudo as de forte censura, o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera diversão";  entretanto , o que se vê, sob o manto do direito ao politicamente incorreto (talvez resquícios de traumas de nossa história recente,relacionada a tempos de censura ), são piadas rasas e carregadas de um alto teor de bullying , defendidas por alguns destes novos “comediantes” como sendo humor , quando , na verdade, o que deveria estar em jogo e  sendo discutido seria a qualidade artística – inexistente - do texto.

Assim, o que  não só diferencia  mas também separa comediantes  ruins dos bons humoristas e dos consagrados comediantes de stand-up (há alguns muito bons) , não é o tom politicamente incorreto mas sim a péssima qualidade de suas piadas que , de tão baixas, tem-se a nítida sensação de que , por exemplo,  comediantes como Danilo Gentilli  e Rafinha Bastos, estejam simplesmente proferindo ofensas como se estivessem no pátio de uma escola praticando bullying , sem apresentar algo  realmente criativo ou exercer qualquer conteúdo crítico sobre a atualidade.Com este expediente, a fama de alguns humoristas parece ter sido construída, basicamente , ofendendo pessoas públicas ,  pegando  carona na fama alheia . Há quem os defenda? Sim, há. Entretanto, quase sempre baseados no mesmo tipo de argumentação falha e carente de sustentação mínima, afinal,  usam o mesmo argumento  infundado de que não se possa cercear o humor politicamente incorreto, quando na verdade deveria se mencionar a qualidade da piada ou   a falta de conteúdo crítico sobre a atualidade .

Estou exagerando ? Bem, vamos lá então. Na frase (piada?)  de Rafinha Bastos, no programa CQC da Band , sobre a beleza da cantora Wanessa Camargo, que estava , à época,  grávida do primeiro filho : "Eu comeria ela e o bebê" ; ou ainda : "A criatura tem pelo, é feia, fede a enxofre e não posso chamar de demônio? Tem de chamar de Heloísa Helena?"    (Danilo Gentili, em cena do 'espetáculo' Danilo Gentili Politicamente Incorreto) e : "Eu não me importo com o que os psicólogos dizem: seu filho não é autista. Ele é simplesmente burro. Ou preguiçoso. Ou ambos "  Enfim,  que tipo de criatividade humorística podem ter  frases como essas ? Que tipo de conteúdo crítico , que  muitas vezes só o humor pode despertar, pode ser observado nestas “piadas”  ? A liberdade de ser  politicamente incorreto acabou se tornando uma ótima desculpa para humorista ruim .

Ok, o preconceito  está na sociedade e o humor dialoga com o preconceito. Tá ! Mas este diálogo não está livre de certas discussões. O humor pode reforçar – ou não – os estereótipos. Ele busca o reconhecimento, o aplauso e o riso. O prazer do riso  advém da capacidade de conquistar a plateia . Qual é o caminho mais fácil para esta conquista? Para alguns humoristas , a forma mais fácil de provocar risadas é investir no preconceito, nos estereótipos. Se estes estereótipos são compartilhados pela maioria, basta falar o que a maioria quer ouvir. Assim, o humorista se desresponsabiliza  com o argumento de que está apenas resgatando algo que já estava presente na mente de quem riu e  transfere o ônus ( e portanto reconhece que há um ônus para alguém) para o público . Mas , se está na cabeça de quem riu ,e em certa medida até no inconsciente coletivo,também está na de quem fez a piada. Mas o pretenso humorista , ao agir assim, tenta descomprometer-se, preferindo imaginar que seu discurso é neutro e ou apenas reproduz os valores dos outros. O "humorista" Danilo Gentili , certa feita, ao arrancar risadas com uma de suas piadas disse que  a platéia não deveria ter rido. Ora , assim sendo, se não era para rirem, por que então decidiu contá-la ? Segundo ele, porque o público ri , concluindo de forma simplista  que o  grande  errado da história  é quem ri e não quem conta a suposta "piada" , tentando isentar-se do fato, como se fosse possível.




Uma sociedade livre deve conceder espaço para que opiniões ofensivas e humilhantes possam ser proferidas em público ?



.............Então, do que é que você anda rindo  ?



“Nada descreve melhor o caráter dos
 homens do que aquilo que eles acham ridículo.”    
J. Goethe.



E aos que possam achar que estou implicando
 com o gênero Stand up, deixo aqui o vídeo de um COMEDIANTE que , 
de fato , valeu-se de sua liberdade de expressão e ousadia para  uma apresentação de muita sensibilidade, conteúdo ,sentido e HUMOR ;  e que , sem falar português (e menos ainda alemão...rrsss) acrescenta algo a quem assiste e  cuja inspiração não poderia ser ninguém menos que Charles Chaplin, que em toda sua extensa arte jamais precisou denegrir alguém para fazer sucesso no mundo inteiro:


Fábio Rabin - "Hitler"
www.fabiorabin.com.br

Personagem de Fábio Rabin “Hitler” no show anual de Halloween do “Comédia ao Vivo”.
Fábio Rabin se diz judeu e menciona como referência de  trabalho o seu ídolo Charles Chaplin.
Talvez exatamente isso o diferencie dos "outros".




Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Micos Retroativos.



Sou de uma época em que segredo  a dois não era  mais segredo, por óbvio. Porém, escondê-lo consigo  mesma costumava ser  suficiente ou , existindo provas materiais ( fotos, filmes, cartas...) , bastava guardá-las devidamente em algum cofre , gaveta  ou  baú com chave...). No máximo  seria conhecido após sua morte ou  por um descuido qualquer ou azar .





E nossos “micos”? Ah ! Ficavam registrados apenas  em fotos físicas ou em filmes sobre os quais tínhamos algum poder de ocultá-los e que , um dia , seriam esquecidos  ou se deteriorariam ou não existiriam mais aquelas tecnologias ultrapassadas para que fossem revistos ; haja vista o quase fim nada trágico da fita cassete , da fita VHS de vídeo, das fotos impressas ...  Bons tempos aqueles !



Mas, e essa nova geração ? Daqui a alguns anos, quando já tiverem aquela noção - que só o tempo dá   -  de que pagamos alguns “micos” dos quais nos arrependemos depois de algum tempo e a vida inteira , terão eles a chance de ter seus  micos  devidamente guardados em algum lugar esquecido do passado ? Talvez  não.

Com o advento da internet e  dos fotógrafos amadores via celular(todos nós), nada passa impune e os micos se tornaram  retroativos e cíclicos . Ao menor deslize seu  - e convenhamos , a juventude é a época mais propícia e fecunda aos deslizes -  lá estarão a internet e os tais “fotógrafos” , a postos , para registrar o evento apoteótico de auto-humilhação e o tornar  inesquecível , persistente e recorrente.

















                                 



Pouco tempo atrás , vergonha alheia (aquela vergonha que você sente ao presenciar alguém fazendo algo constrangedor ) era um sentimento bastante comum. Quando sentimos “vergonha alheia” , algumas células de nosso cérebro simulam tudo que está acontecendo a nossa volta, dando a sensação de que estamos fazendo aquilo que está sendo presenciado e , por isso , sentimos uma certa vergonha imediata ou vergonha alheia,  servindo para que você pense duas vezes antes de sair fazendo qualquer coisa em  público. Mas este sentimento parece estar  desaparecendo e dando lugar a uma espécie  de prazer mórbido de reproduzir a cena “ad eternum” e , por mais estranho que pareça , na maioria das vezes, com um certo consentimento tácito da “vítima” -  como se visse em seu “fotógrafo” o mentor de seus quinze minutos de fama – cada vez mais  necessários para a existência desse “novo ser
 moderno” ; ainda que isto o leve aos  píncaros do ridículo e venha persegui-lo por décadas.










Não costumo ser saudosista, mas tenho a impressão de que já fomos humanos melhores....
... ao menos nisso... 
Mary Lúcia Oliveira.