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Colunista:

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sábado, 27 de junho de 2015

Cama de Procrusto.


Hoje , acordei e  me permiti  o direito de estar e permanecer desleixada. 

Na verdade, decidi-me desde ontem  quando escolhi o pijama para dormir - o que sobrou da definição do que foi um dia um moletom : encardido , com algumas manchas que denunciam seu tempo ,alguns rasgos nas laterais , furos diversos, partes confortavelmente descosturadas . Meias sem vergonha de um dia terem sido brancas compõem o visual que, pela sincronicidade,  pedem cabelos desgrenhados e livres ; ao que não me fiz de rogada.















Já era tempo de depilação e uma ideia fixa entrecortava meus pensamentos: “deixe-os crescer, deixe-os crescer ....debaixo da calça jeans, ninguém irá perceber...” . 

E em seguida, um outro pensamento quase terno desabrochou em minha mente : sem namorado , sem depilação , sem amor, sem dor . E o balanço foi positivo. 

Veio-me um abrasamento da alma, um novo frescor em viver ... Que cresçam ! Livres , longos , emaranhados e felizes !









Maquiagem ? Nem pensar. Mas vou manter minhas personas . Não consigo abdicar totalmente de todas as máscaras que uso para ser eu. Personas, ainda que sem o colorido da maquiagem , são necessárias para se viver.




...No entanto , justo quando minha porção ogra – ainda agora  aflorada – começa a sentir o gostinho da liberdade conquistada , eis que se  avizinham os minutos derradeiros de um fatídico domingo e minha coragem de cativa recém liberta cai por terra...

 A noite se aproxima de mim e a cama de  Procrusto me aguarda.

Pijama novo , depilação feita.

Primeiros raios de uma segunda-feira .


Muita maquiagem !



Mary Lúcia Oliveira.




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