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Colunista:

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domingo, 27 de novembro de 2016

Fernando Pessoa bate !


Esta é a afirmação de um tímido amigo - treslocadamente apaixonado pela amiga do irmão - após ler um poema do F P que mostrei a ele : 

“ Tô revoltado com o ‘Pessoa’. Parece que ele escreveu isso só pra me irritar...”

Segundo meu amigo , você lê e primeiro finge pra si que não entendeu. Depois: revolta-se , nega, renega, para , enfim , engolir seco e aceitar que a poesia , às vezes ( ou quase sempre...) possui a ironia de imitar a vida...
Desde então, meu amigo quer  estender e oferecer o tapa na cara que recebeu do poeta.

Ele  é também vingativo...

...

Poetas podem ser maus.
Eles batem: 
ora na cara , ora na alma...

...

Bem, plagiar FP impunemente seria impossível......ele já fez  fãs-vítimas-testemunhas  suficientes ...
Então, vou copiá-lo descaradamente mesmo:

Fernando Pessoa - Presságio


O AMOR, quando se revela,
 Não se sabe revelar.
 Sabe bem olhar p'ra ela,
 Mas não lhe sabe falar.

 Quem quer dizer o que sente
 Não sabe o que há de dizer.
 Fala: parece que mente...
 Cala: parece esquecer...

 Ah, mas se ela adivinhasse,
 Se pudesse ouvir o olhar,
 E se um olhar lhe bastasse
 P'ra saber que a estão a amar!

 Mas quem sente muito, cala;
 Quem quer dizer quanto sente
 Fica sem alma nem fala,
 Fica só, inteiramente!

 Mas se isto puder contar-lhe
 O que não lhe ouso contar,
 Já não terei que falar-lhe
 Porque lhe estou a falar...



Doeu?



Mary  Lúcia  Oliveira.

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