Esta é a afirmação de um tímido amigo - treslocadamente apaixonado pela amiga do irmão - após ler um poema do
F P que mostrei a ele :
“ Tô revoltado com o ‘Pessoa’. Parece que ele escreveu
isso só pra me irritar...”
Segundo meu amigo , você lê e primeiro finge pra si que
não entendeu. Depois: revolta-se , nega, renega, para , enfim , engolir seco e
aceitar que a poesia , às vezes ( ou quase sempre...) possui a ironia de imitar
a vida...
Desde
então, meu amigo quer estender e
oferecer o tapa na cara que recebeu do poeta.
Ele é também vingativo...
...
Poetas
podem ser maus.
Eles
batem:
ora na cara , ora na alma...
...
Bem,
plagiar FP impunemente seria impossível......ele já fez fãs-vítimas-testemunhas suficientes ...
Então,
vou copiá-lo descaradamente mesmo:
Fernando
Pessoa - Presságio
O AMOR, quando se
revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Doeu?
Mary Lúcia Oliveira.
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