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Colunista:

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sábado, 2 de agosto de 2014

Coisas da Vida


Coisas da Vida 

     Tempos Novos – Ridículos Costumes.     A grande maioria de nós ainda parece viver no passado.Desconfortavelmente no passado! De que adianta renovar o guarda-roupas  , comprar um carro novo, reformar a casa...  ...se a cabeça não se reformula e as crenças continuam as mesmas , que funcionavam bem mas para quem vivia no século passado? Tempos novos, novas demandas , novas formas de ver a vida e de resolver os problemas que ela nos trás, não? Pois é,  parece óbvio; entretanto, na prática isso nem sempre se confirma.   
  
     Nos dias atuais ,no seio de nossa sociedade,existe uma demanda  devidamente escondida pelos equívocos  dos tempos , que nos acostumamos a chamar de costumes.Há cerca de trinta ou quarenta anos, quando um ente querido envelhecia e passava a requerer cuidados médicos , havia quase sempre uma figura feminina –que era "apenas" dona de casa, não trabalhava  fora – para cuidar deste ente familiar. Os papéis eram sempre muito claros e esta era uma incumbência “natural”da mulher  que se encontrava em casa.     

    Mas agora pergunto, e hoje, há mulheres ou pessoas em casa que possam se encarregar de tais cuidados? Raramente. A maioria tem seu emprego e muitas vezes trabalha e estuda.Além disso, o orçamento familiar , quase sempre , depende também deste salário. As famílias estão enfrentando esta questão tanto sob o ponto de vista prático como emocional ; verdadeiro dilema : deixar o ente sozinho em casa sem maiores cuidados , correndo riscos e muitas vezes  sem medicação na hora certa ; pagar alguém (inviável  e caro para muitos); deixar o emprego e não ter dinheiro para , até mesmo, comprar remédios; colocar este ente em uma clínica ou asilo (as populares ou gratuitas estão sempre sem vaga) e passar a ser visto pelos demais familiares , amigos e vizinhos como alguém  “sem coração”...    Pois é, parece que não há muitas alternativas , não é mesmo?   “Ah! Isso não é da minha conta ...”, vocês poderiam dizer. Bem, meus caros, acho que devo mencionar que isto pode até não ser da sua conta  - agora -  mas provavelmente será um dia.    Precisamos  enfrentar esta questão com mais seriedade e humanidade ; humanidade tanto para com os doentes quanto para estes familiares que se consomem , ora pela dor  de , possivelmente , ver aproximar-se (ou se acelerar )uma despedida deste ente familiar,ora pela  culpa – indevida -  de necessitar deixá-lo, eventualmente e por não ter opção , em uma clínica ou asilo.      

       Mas, o que fazer então? Infelizmente não tenho respostas prontas. No entanto, precisamos deixar de ser tão imediatistas e passarmos a cobrar de nossos governantes não apenas as questões de sempre: educação,saúde,violência e outras igualmente importantes; mas também, políticas públicas neste sentido.Quais? Bem ,isso pode vir a ser um debate popular - afinal , estamos nas “vésperas” das próximas eleições -mas começo a pensar se não seria possível , nestes novos tempos;ao menos de início ,  novas formas de configuração do que conhecemos por asilo ou clínicas geriátricas. Por que não , por exemplo,  creches públicas para idosos , nas quais possamos deixar nossos familiares queridos durante o dia e os buscar à tarde, podendo dar - a eles e a nós -  um fim digno e humano ?