Novo filme baseado nos personagens “Superman” e “Batman” da DC Comics e distribuído pela Warner Bros Pictures.
Se os personagens fortes da concorrente Marvel surgiram nos anos 60, no embalo da contracultura e da luta pelos direitos humanos , em um cenário no qual grande parte da população americana era contrária à Guerra do Vietnã; os ícones da DC Comics nasceram durante a Segunda Guerra Mundial, uma época muito mais romantizada, em que heróis como Superman, Batman e Mulher-Maravilha , rapidamente se transformaram em símbolos de justiça e liberdade, surgindo tanto como arte quanto como indústria e, ao contrário do que aconteceu com a Marvel- que acabou humanizando seus personagens para tentar uma identificação com o público- a DC investiu na criação de deuses.
Mais um filme de super-herói norte-americano ou da necessidade humana de superar a morte , ou ainda , nossa busca pela transcendência .
A pretensão humana de tornar-se mais forte, mais inteligente, de vencer a morte , está presente em nossa sociedade. A exemplo disso , nossa busca por transcender os limites do corpo com a inteligência artificial, a engenharia genética ou a nanotecnologia.
Para o filósofo (incompreendido) Nietzsche (Friedrich Wilhelm Nietzsche) , o homem precisa de consolos para suportar a vida . Em seu livro “Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém” , o conceito de “ Übermensch” ou "Além-do-Homem" , foi frequentemente corrompido , sendo divulgado - e por vezes traduzido erroneamente - como “Super-Homem”; parecendo ter influenciado sobremaneira nossa sociedade dita “moderna”. Infelizmente, quase sempre por meio de interpretações errôneas ou mal intencionadas, associado de forma corrompida até mesmo ao nazismo.
Ao longo dos anos o homem criou histórias em que se projeta como poderoso, dominador, tendo o poder de ser senhor do tempo, senhor do mundo; criando mundos e personagens capazes de tudo. Isso demonstra sua busca por poder, mesmo que um poder fictício. A busca pela longevidade, a vida eterna, não é demonstrada apenas nos super-heróis, mas em criaturas místicas e em várias outras ocasiões, por meio de divindades, objetos ou do domínio da vida por meio da ciência ou do controle do tempo. O domínio do homem sobre outras criaturas é demonstrado na criação de robôs que tornam-se força de trabalho, vistos em desenhos e filmes. Vê-se até mesmo o acoplamento do homem à máquina com o objetivo de tornar-se mais forte. A busca por poder é evidente na ficção , na qual podemos vislumbrar o homem se projetando como alguém capaz de tudo.
Em seu "Além-do-Homem” , o que Nietzsche deseja é a superação do homem. Não um ser fortalecido, potencializado ou reforçado nos seus talentos , mas um homem além de si, sem muletas e consolos que o façam suportar a vivência da finitude , da morte , que o façam inventar finais escatológicos para a existência , sem os quais não suportaríamos viver . Assim, ultrapassar o homem , ir além , significa aceitar a possibilidade de viver de maneira radical a finitude e a morte sem necessidade de consolos metafísicos ou da criação de super-heróis , humanos ou humanóides ; assumindo uma perspectiva de que a existência não tem uma justificação nem religiosa, nem ética , nem metafísica ; mas pura e simplesmente - talvez - se couber aqui alguma justificação: estética. Ou seja, adquirir a capacidade de levar até o fim uma vida cujo único sentido seja ter a forma de uma bela obra de arte ; com borrões se a vemos de muito perto e perfeita se a enxergarmos a partir do devido ângulo.
Bem, a mim preocuparia muito visualizar o homem na figura quase cômica de dois super-heróis que - apesar de atualizados ( leia-se : não usam mais a cueca por cima da calça ...aff!!! Mas sim repaginados [??] com aquela roupa super grudada ao corpo ) - ainda precisam de mais enchimentos que mulher fruta siliconada de calça legging e top................
. . . Ou de Como Pessoas de Bem Tornam-se Bestas Esclarecidas
Nunca pensei assistir a isso.
O pronome demonstrativo de segunda pessoa “isso” ( e suas flexões), entre outras ocorrências , pode revelar ;
na frase, o tempo passado, relativamente próximo ao momento em que se fala,
marcando um passado que na verdade acabou de acontecer ou passar.
Até então, equívocos históricos costumavam dormir as noites dos
tempos, devidamente resolvidos e assentados num passado deveras distante.
Jamais imaginei assistir a uma dobra do
tempo em que o passado viesse à tona e a
confundir alguns desavisados no presente. Especialmente aqueles desavisados que
não aprenderam as lições deixadas pela história.
Este país foi espoliado , depredado, aviltado e humilhado em
extensões nunca vistas ? Sim, e esta espoliação nos relegou , mais uma vez, a
um dos últimos degraus do desenvolvimento. Estaremos , a partir de agora ,
notória e desafortunadamente atrasados para o grande bonde do crescimento -
moral e econômico - até por que, um depende visceralmente do outro.
Mas quem seria este algoz, real mentor de toda a sorte de nossos
infortúnios atuais ?
Nosso algoz é na verdade o carrasco de sempre . Uma insensível, violenta,
triste e fascista classe média, que gosta de se autodefinir como elite. Lembremos da atacada (porque tocou fundo na ferida) filósofa e professora Marilena Chauí : “ A classe média é uma abominação
política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma
abominação cognitiva porque é ignorante " . Resguardadas , claro, as
devidas exceções ; pois elas existem( uma pequena parcela dessa classe média
que é responsável e solidária) , embora seja voto vencido pelos fascistas.Um
país com uma extensão territorial tão grande, com gente tão idem , não merece a
classe média que tem .
Nossa economia explicada em biscoitos... ... ou em classes...
Como já mencionei em outros “posts”, tenho por hábito analisar a
história e suas implicações,relacionando-as ao que nos tornamos hoje. E assim, voltando
no tempo , veremos que nossa antiga elite
colonial precisou desvalorizar o país e
seu povo , fazendo-nos acreditar sermos “indolentes” e “colonizados incapazes” para
que aceitássemos de maneira submissa e
subserviente as diretrizes da nação dominadora sem questionamento (lembremos
que a dominação efetiva não ocorre apenas por meio da força coercitiva).
Além disso, a elite intelectual deste país, em geral, no
passado, obtinha sua formação lá fora , especialmente na Europa ( e isso não mudou muito...). Deste
modo , quando intelectuais como Monteiro Lobato, por exemplo –ressalvada sua importância literária –
possuíam pruridos em relação à competência de nossa gente , de certa forma ,
entende-se. Essa classe média ou essa elite, não via no brasileiro o reflexo do
europeu que gostariam que fôssemos; provavelmente vitimizados pelas teorias
vigentes à época , acerca da supremacia da raça ariana. Entretanto, por óbvio,
esperar por essa “europeização” seria
impossível. Cada nação tem suas características e o que temos de melhor e que
nos distingue é exatamente isso: esta
miscigenação.
Infelizmente , nossa classe média não parece ter conseguido superar
este ranço de inferioridade , relativo a
tudo que vem de fora e que faz o brasileiro se colocar voluntariamentecomo
inferior ou o popular e repugnante “complexo de vira-latas”.
Como também já mencionei em “posts” anteriores , penso que hoje
é bem mais repugnante . Dentro do complexo de vira-latas , agora não está
apenas a noção de inferioridade mas parece estar contido aí, também , o desejo
de ser pequeno. Alguns membros da elite
de sempre: burra , anti-patriota e derrotista , querem ver o país altamente
dependente de tudo o que é de fora ( ...e até vender o próprio país... ) , afinal, esta elite sim : subserviente e
preguiçosa , demonstra se beneficiar desta dependência e vive muito bem nela.
Parece mais fácil ser um(a)
engenheiro(a) ou um(a) advogado(a) –
formado(a) em Harvard, por exemplo, e empregados de uma grande empresa - ou
ainda uma elite vendedora,filial de alguma
multinacional. DÁ MAIS TRABALHO ser produtor do que um mero revendedor.
Enfim, se ontem era ridículo não ser europeizado , hoje , é não apenas ridículo
mas igualmente triste, colocar-se como
inferior para obter lucros , torcendo
contra o próprio país, tentando impedi-lo , a todo custo (leia-se: comprando o
judiciário e a mídia) de crescer e se tornar o gigante que a natureza nos fadou
ser.
Mas , graças ao livre arbítrio , você ainda tem o direito de ir
para as ruas e , teleguiado pela imprensa corrupta , ser massa de manobra da
direita de sempre, imaginando ridiculamente que isso fará de você um membro dessa elite.
Não , "mané" ! Você não faz parte dela ! E ainda que faça, este país também é seu.
Sim, "mané" ! Você não é europeu e muito menos norte-americano !
Ainda que queira fingir ser !
Lute por este país e não CONTRA ele !
(...)
Saudade de um tempo em
que nosso judiciário não pisava nas garantias e direitos constitucionais ... ... e não se curvava à “opinião pública” . Opinião essa que hoje
é tristemente caracterizada por “lavagem
midiático-cerebral”.
Bônus:
Olha aí a “moralidade”
de quem acusa.
Pessoas -verdadeiramente inteligentes - fazem conexões...
É... aquele dia/semana "dedicado" à mulher. Ual !!! Agora temos uma semana !!!
Quanto "progresso" !!!!
...Tipo: aproveita bem esse dia aí porque , nos outros, só dá eles ! *
Bem, decidi "aproveitar" esse "meu dia/semana ", reeditando o texto que deu origem a este blog tempos atrás.
Sugira a leitura para aquele seu amigo, parente, conhecido, namorado , marido,amante...
...aquele que sempre diz que NÃO é machista mas que AGE COMO UM e ainda se dá ao direito de se irritar se você o obriga a ver o quanto suas atitudes não conferem com seu discurso.
Breve Ensaio Sobre a Escravidão
Servidão,sujeição. Eis a definição dicionarizada para escravidão.Como a prática desta entre os humanos é coisa antiga e ao mesmo tempo contemporânea – embora teoricamente façamos de tudo para combatê-la – os dicionários, entidades pouco dadas à divagação instrutiva( o que é uma pena !) , não se preocupam muito em esclarecer se tal servidão ou sujeição, hoje, pode vir a ser tacitamente consentida ou se tem deveras apenas seu caráter literalmente de servidão, da dominação pela força. As grandes questões são: Quem domina? Quem é dominado? Por quê?
Historicamente, uma pessoa poderia ser escravizada, dentre outras tantas razões, pela cor de sua pele.A nós, basta que nos atenhamos a este fato: alguém nascia com uma característica genética específica , e pronto, entrava para a “danação eterna"! Era perfeitamente lícito o sujeito, porque branco, esperar que suas fezes fossem recolhidas pelo negro que lhe servia , que seu banheiro e sua casa fosse limpa e suas outras tantas necessidades fossem prontamente atendidas pelo desafortunado nascido sob o histórico estigma da cor .
Mais que isso, nem sempre o escravizado se rebelava. Pensava mesmo ser inferior a seus senhores ou que haveria uma ordem e hierarquia corretas na sociedade, na qual seu papel e posição eram exatamente esses. Sentia-se muitas vezes até confortável em sua situação social. Afinal, era isso o que esperavam dele e não podia decepcionar toda uma sociedade pré-estabelecida. Ou ainda,como seria seu lugar no mundo se não aceitasse seu papel? Acabaria por certo segregado em algum quilombo distante , temendo ser encontrado... Rebelar-se pode ser bastante complicado e requer muita capacidade , ousadia e auto-estima. É isso! Rebelar-se nunca foi para todos...
A humanidade , vista através de olhos distanciados pelos séculos, parece ter sido bastante repugnante e cruel em alguns momentos guardados no tempo. Entretanto , a poeira desses tempos , ainda impregnada em algumas retinas, nem sempre permite enxergar a servidão que continua fazendo entrar para a danação eterna alguns seres desafortunados , nascidos, desta feita, sob o estigma do gênero.
Por medo de não possuírem um senhor e um lugar na sociedade , ainda que inferior e serviçal, hoje, algumas almas – infelizmente ainda uma grande maioria – nascidas sob o estigma não da cor mas do
gênero, sendo este de qualquer cor ; ainda acreditam serem serviçais do outro gênero, e estes , considerando-se superiores àquelas - pela simples marca genética aleatória de se ter recebido um falo –julgam-se no direito de escravizar seres humanos , de novamente ver suas fezes recolhidas e sua casa limpa por este ser - que nem sempre se percebe inferior- porque, os senhores de hoje; aprendizes dos senhores de ontem, sabem que o melhor e mais eficiente domínio não é mais composto por ferros, muito menos por senzalas, mas sim, por dourados anéis, longos vestidos brancos compondo a cena com buquês, frases feitas de efeito, do tipo: “RAINHA? do lar” , “DONA? de casa”...
Infelizmente, mesmo seres dotadas de grande conhecimento e em pleno gozo de suas faculdades mentais, deixam-se dominar por esses senhores ainda feudais . Talvez, impelidas por uma baixíssima autoestima, a qual só pode ser sanada ou amenizada por um vestido branco e um buquê , o que , num delírio coletivo e teatral , as faz sentir enfim alguém por algumas horas. E assim, no curso de suas quase vidas , exaustas, executam sua terceira jornada ao chegar em casa após um dia inteiro de trabalho porque , no imaginário coletivo, isso as faz mulher; e elas não podem contrariar aquilo que lhes dá um lugar no mundo.
Alguns senhores são um pouco menos desumanos com suas escravas, eles costumam dizer - orgulhosos e altivos- que AJUDAM suas serviçais (...aquele que AJUDA, obviamente entende que o trabalho não é dele, mas não perde a chance de parecer magnânimo ou expressar alguma compaixão pelos seres que considera inferiores... ... além disso, já que não considera SEU TRABALHO TAMBÉM, dá-se ao direito de ESCOLHER o tipo de "trabalho" e como irá ajudar... ) .
... afinal , seres com falo acreditam não possuírem em seu DNA as características , do outro ser, que consideram marcadamente genéticas e que possam defini-las como serviçais, mas podem eventualmente tentar parecer politicamente corretos. Aliás , a filosofia verbal do “eu não sou seu senhor” (...para continuar sendo...), na escala evolutiva da dominação , parece ser atualmente a mais eficiente.
As grandes questões, por fim, não são mais quem domina ou quem seria dominado , mas sim ,o fato de que os motivos continuam sendo os mesmos. O que parece ter mudado foi apenas o tipo de punição, que agora é ofertada tanto às rebeladas quanto às serviçais.O exílio- de ambas -agora é solitário.Em verdade, hoje,não há mais a segurança dos quilombos, pois estes pressupõem união. Refugiam-se - no máximo- em si mesmas, executando diária e bravamente, cada uma,o seu teatro.Afinal, são "treinadas", desde sempre, para serem rivais.
Tenho muitos "fronts" de batalha e , assim, devido
a inúmeras visitas ao blog - relacionadas
ao post sobre a "fosfo" - por meio do link abaixo,"passo o bastão" a quem possa ou
queira acompanhar este assunto .
*
No final do ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI) , lançou um site - após o início de uma pressão popular (pós audiência no Senado) - para informar a população sobre os avanços na
pesquisa sobre fosfoetanolamina.O MCTI coordena, ao lado do Ministério da
Saúde, uma iniciativa federal para pesquisar a substância.
A iniciativa federal para testar a eficácia da
fosfoetanolamina deve ter um financiamento de R$ 10 milhões por parte do MCTI.
Desse total, segundo consta, R$ 2
milhões ($$$$)já foram repassados para os laboratórios responsáveis pela
realização de ensaios pré-clínicos.
Três laboratórios estão participando dessa etapa inicial do
estudo: o Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), em Santa Catarina,
o Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (LASSBio-UFRJ) e o Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC).
Ou de Como Vidas Humanas São Menores Que Leis de Mercado !
Deixei de viajar no Carnaval por uma série de coincidências que não veem ao caso.
Assim, tentando escapar do carnaval na TV, estava hoje "zapeando" os canais , quando me deparei com isso. Fucei no you tube e acabei encontrando os vídeos .
Ao contrário do que nos têm feito acreditar - inclusive criticando e tentando diminuir a importância dos honrosos pesquisadores - na direção da cura do câncer, parece que já temos algo palpável, para dizer o mínimo.
Vejam isso !
...Não são um monte qualquer de vídeos amadores ,
são simplesmente o resultado de uma sessão pública no Senado,
ocorrida em 29/10/15.
E ainda nos dizem que não há estudos suficientes.....Ã - HÃM......
AOS NOSSOS VALOROSOS PESQUISADORES,
FORÇA , PACIÊNCIA E
MUITO OBRIGADA !
(...)
EM TEMPO:
O que foi feito de lá para cá ?
Só espero que estes valorosos cientistas não apareçam mortos, vitimados por mortes "naturais"...
E AINDA:
ESSAS PESSOAS SÃO ELEITAS POR NÓS !
VAMOS PRESSIONÁ-LAS !!!
E QUE AJAM
COM
U R G Ê N C I A !!!
...Ou vão continuar fugindo às suas responsabilidades ?
Nos
ridículos seculares, quando a humanidade está perto de algo novo , de evoluir em
costumes , crenças e conhecimento, sempre aparecem os estúpidos medrosos do contra-
especialmente dentro dos poderes constituídos - tentando deixar tudo como está,
porque simplesmente não conseguem operar dentro do novo; sequer cogitam a
possibilidade do novo vir a corrigir falhas ou enganos históricos.
Neste
cenário, é surpreendente ver um canal assumidamente materialista e ateu ,exibindo um documentário,
relacionando ciências ocultas à ciência moderna , deixando clara a antiga relação
existente entre ambas e o quanto a ciência atual deve aos antigos místicos, videntes
, magos e bruxos do passado.
Oi
??? Hein ???
A
ciência moderna está numa encruzilhada. Muito do que está sendo descoberto
atualmente : “Design Inteligente”, experimento da fenda dupla , teorias como a das “super cordas”, entre outras , já
deixam claro os rumos que nossa ciência está seguindo, voltando , de certa
forma, às suas origens ; embora nem
todos gostem desta associação.
Será
então que a ciência com seu reducionismo materialista e em grande parte ateu (aqui,
aos bons entendedores, não falo de religião...) estaria se redesenhando e em
rota de (re)união com os místicos , buscando
unir forças e se libertando dos velhos axiomas materialistas e ateus que tanto
a têm bloqueado ao longo de sua trajetória ?
Vou
confessar um pecado – quase um crime - e
não espero contar com a benevolência de vosso julgamento, caro leitor . O crime
? NÃO
VI TITANIC !
E
daí ?Embora já tenha pagado minha
dívida com a sociedade (reclusão social de vários meses pós filme à época ......ninguém
conversa com quem não assiste a um filme desses...), vira e meche sou cobrada
por isso, como ontem, numa roda de amigos. Sei que é um filme emblemático, que sempre
será mencionado em alguma roda social, que produziu imagens icônicas no cinema
, blá-blá-blá......e blá.... ... mas , ainda assim, não pretendo assisti-lo . Sigo
incólume.
Falo
do Titanic com Di Caprio. Sim, porque
“Titanics” são vários e o de minha infância foi suficiente . Titanics são como
o inferno da semana santa com o perrengue de Jesus Cristo que não acaba
nunca . Aliás, odeio Semana Santa! E isso também acontece com o carnaval ; mas
já odiei mais ... Hoje, com o advento da TV a cabo , consigo passar por estes
eventos – infernalmente cíclicos - com
menos tédio.
Sinceramente
, qual a graça de assistir a um filme que TODO
MUNDO conhece o final e que , aliás, “vamo combiná ” , ainda que
tenha cenas românticas , é sinistro
..........e o mocinho morre no final, juntamente a outros tantos desafortunados... E se você já sabe o final – trevoso
como esse – POR QUE ASSISTI-LO ??????? Seria alguma espécie de auto-punição,
masoquismo ou talvez algo mais geral como a atração de um inconsciente coletivo relacionado a tragédias?
O
conceito de Inconsciente Coletivo foi criado pelo psiquiatra suíço C. G.
Jung que ampliou o conceito de inconsciente(pessoal) de Freud após
discordar de algumas ideias dele. Numa definição menos glamorosa, o
inconsciente , grosso modo, seria o que não sabemos de nós mesmos ;
tendo Jung ampliado o conceito de inconsciente fazendo uma distinção entre Inconsciente
Pessoal ,que Freud havia estudado ( no qual encontramos o que foi recalcado,
escondido, esquecido e que continua lá em nosso inconsciente , reaparecendo em
sonhos, atos falhos ou até em sintomas físicos ou psíquicos) e Inconsciente Coletivo (que não
representa o que eu vivi, mas o que a humanidade como um todo viveu ; forma de pensamento
universal com carga afetiva que é herdada , dando origem às fantasias
individuais e às mitologias de todas as épocas).
É
nesse emaranhado inconsciente que vivem as
imagens arquetípicas ou “imagens primordiais” ou arquétipos ,originadas de uma repetição progressiva de
uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas nesse inconsciente
coletivo. As principais estruturas formadoras de nossa personalidade são
arquétipos.Temos em nosso imaginário, desde criança , exemplos de arquétipos como o da morte, do herói,do fora
da lei e outros tantos que fazem parte de nosso inconsciente coletivo e, independentemente de
religião ou do lugar de onde se venha , essas imagens serão sempre muito comuns
a todos e entrarão na composição dos mitos , contos de fadas, de horror ou lendas que transmitimos de geração a geração,
pois a função dessas histórias é trazer
à tona o que está no inconsciente e
cujas influências se expandem para além da psique humana , indo se aninhar até
mesmo nos filmes e na publicidade...
Bem,
recusar-me a assistir Titanic não é apenas uma decisão
antissocial num exercício consciente de minha tripolaridade . Estou apenas
tentando escapar desse inconsciente coletivo trágico, desse prazer mórbido ao
visualizar tragédias , rejeitando parte dessa herança atávica (ainda que sejam
impulsos naturais humanos ),tentando superar algumas dessas imagens
trágico-arquetípicas,submersas nesse nosso inconsciente coletivo, reprimido
pela religião , pela sociedade e pelos
poderes constituídos ou camuflados.
Em
tempo : Di Caprio ainda é uma bela figura ; mas prefiro vê-lo hoje , mais
maduro, como em O Lobo de Wall Street - que
ainda não vi – mas vou ver ...
Não é só na política
que flertamos com o fascismo, nosso humor também parece ter sido contaminado
por ele.
Apesar de não muito desconectado dos modelos
estrangeiros, o humor brasileiro tem as suas particularidades. Segundo o titular
de teoria da história da Universidade de São Paulo (USP) , Elias Thomé Saliba ,
autor do livro “As Raízes do Riso “ , que
investiga as raízes do humor no Brasil ; a comédia feita por nós é impregnada
por duas características marcantes da sociedade brasileira: a confusão entre as
esferas pública e privada e a vocação para tratar tudo de maneira emocional. E
ainda , de acordo com o autor , que "O
humor brasileiro é reflexo da nossa falta de identidade".
O humor , em
geral, é quase sempre caricatural, mas
pode ser também cruel.Ele expõe limitações, defeitos e faz rir , ao mesmo tempo em que pode
insultar. E quando insulta, é a forma mais preconceituosa de humor, a mais
fácil e que menos criatividade exige, apenas reproduzindo o conservadorismo da sociedade
em forma de piada e , exatamente por isso, é o humor em seu nível mais baixo.
No Brasil atual,
a SUPOSTA liberdade de ser politicamente incorreto acabou se tornando
uma ótima desculpa para humorista ruim fazer carreira. É bom lembrar que a
história está repleta de desculpas aparentemente perfeitas que serviram muito bem para provocar guerras,invadir nações, violentar, oprimir e espoliar povos ; haja
vista o que Israel , atualmente –com a devida desculpa do holocausto – impõe aos
palestinos (verdadeiros donos da região) e com o aval da ONU . O holocausto
foi, de fato, um dos maiores genocídios da humanidade , porém , utilizá-lo como
desculpa ideológica para promover exatamente o mesmo contra outros povos, constitui
uma trágica ironia histórica , cujo início se deu pela má interpretação e o mau uso do politicamente incorreto, ou do medo dele.
Fenômeno
aparentemente novo , embora o humor “stand
up” tenha se transformado em uma espécie de febre por aqui, ele na verdade é
exercitado desde a década de 1960, por meio do já falecido humorista José
Vasconcellos, além de outros como Jô Soares e Chico Anysio. Apesar disso, o
estilo parece ter renascido como
novidade em meados dos anos 2000 , revelando novos nomes como os dos integrantes
do CQC ,na Band , além do grupo de
Marcelo Adnet ,os quais , por meio da internet , obtiveram alguma notoriedade e
audiência mas também críticas e debates
sobre seus textos ou improvisos. Segundo Saliba, "Em algumas épocas, sobretudo as de forte
censura, o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação
intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera diversão";
entretanto , o que se vê, sob o manto do
direito ao politicamente incorreto (talvez resquícios
de traumas de nossa história recente,relacionada a tempos de censura ), são
piadas rasas e carregadas de um alto teor de bullying , defendidas por alguns destes
novos “comediantes” como sendo humor , quando , na verdade, o que deveria estar
em jogo e sendo discutido seria a qualidade artística – inexistente - do texto.
Assim, o que não só diferencia mas também separa comediantes ruins dos bons humoristas e dos consagrados comediantes
de stand-up (há alguns muito bons) , não é o tom politicamente incorreto mas
sim a péssima qualidade de suas piadas que , de tão baixas, tem-se a nítida
sensação de que , por exemplo, comediantes como Danilo Gentilli e Rafinha Bastos, estejam simplesmente
proferindo ofensas como se estivessem no pátio de uma escola praticando bullying , sem apresentar algo realmente criativo ou exercer qualquer conteúdo
crítico sobre a atualidade.Com este expediente, a fama de alguns humoristas parece ter
sido construída, basicamente , ofendendo pessoas públicas , pegando carona na fama alheia . Há quem os defenda? Sim, há. Entretanto,
quase sempre baseados no mesmo tipo de argumentação falha e carente de
sustentação mínima, afinal, usam o mesmo
argumento infundado de que não se possa
cercear o humor politicamente incorreto, quando na verdade deveria se mencionar
a qualidade da piada ou a falta de conteúdo
crítico sobre a atualidade .
Estou exagerando
? Bem, vamos lá então. Na frase (piada?) de Rafinha
Bastos, no programa CQC da Band , sobre a beleza da cantora Wanessa Camargo,
que estava , à época, grávida do
primeiro filho : "Eu comeria ela e o
bebê" ; ou ainda : "A
criatura tem pelo, é feia, fede a enxofre e não posso chamar de demônio? Tem de
chamar de Heloísa Helena?"
(Danilo Gentili, em cena do 'espetáculo' Danilo Gentili Politicamente Incorreto)
e : "Eu não me importo com o que os
psicólogos dizem: seu filho não é autista. Ele é simplesmente burro. Ou preguiçoso.
Ou ambos " Enfim, que
tipo de criatividade humorística podem ter frases como essas ? Que tipo de conteúdo
crítico , que muitas vezes só o humor
pode despertar, pode ser observado nestas “piadas” ? A liberdade de ser politicamente incorreto acabou se tornando uma
ótima desculpa para humorista ruim .
Ok, o
preconceito está na sociedade e o humor
dialoga com o preconceito. Tá ! Mas este diálogo não está livre de certas discussões.
O humor pode reforçar – ou não – os
estereótipos. Ele busca o reconhecimento, o aplauso e o riso. O prazer do riso advém da capacidade de conquistar a plateia . Qual é o caminho
mais fácil para esta conquista? Para alguns humoristas , a forma mais fácil de
provocar risadas é investir no preconceito, nos estereótipos. Se estes
estereótipos são compartilhados pela maioria, basta falar o que a maioria quer
ouvir. Assim, o humorista se desresponsabiliza com o argumento de que está apenas resgatando
algo que já estava presente na mente de quem riu e transfere o ônus ( e portanto reconhece que há
um ônus para alguém) para o público . Mas , se está na cabeça de quem riu ,e em
certa medida até no inconsciente coletivo,também está na de quem fez a piada. Mas
o pretenso humorista , ao agir assim, tenta descomprometer-se, preferindo imaginar que seu discurso é neutro e ou apenas reproduz os valores dos outros. O "humorista" Danilo Gentili , certa
feita, ao arrancar risadas com uma de suas piadas disse que a platéia não deveria ter rido. Ora , assim
sendo, se não era para rirem, por que então decidiu contá-la ? Segundo ele, porque o público ri , concluindo
de forma simplista que o grande errado
da história é quem ri e não quem conta a suposta "piada" ,
tentando isentar-se do fato, como se fosse possível.
Uma sociedade
livre deve conceder espaço para que opiniões ofensivas e humilhantes possam ser
proferidas em público ?
.............Então,
do que é que você anda rindo ?
“Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo.” J. Goethe.
E aos que possam
achar que estou implicando
com o gênero Stand
up, deixo aqui o vídeo de um COMEDIANTE que ,
de fato , valeu-se de sua
liberdade de expressão e ousadia para
uma apresentação de muita sensibilidade, conteúdo ,sentido e HUMOR ; e que , sem falar português (e menos ainda alemão...rrsss) acrescenta algo a quem assiste e cuja inspiração não poderia ser ninguém menos que Charles Chaplin, que em toda sua extensa arte
jamais precisou denegrir alguém para fazer sucesso no mundo inteiro: