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Colunista:

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domingo, 4 de setembro de 2016

INHOS E ÃOS




Quando se quer diminuir drasticamente um ser masculino , basta chamá-lo de homúnculo   (ao menos na linguagem...). É , homenzinho ou homenzito não bastam.

Mas não é curioso o fato de que , sua pronúncia : “HO-MÚN-CU-LO ” , não lembre em nada  um ser de proporções inferiores? Pelo contrário!
A primeira vez que ouvi tal palavra pensei logo em um homenzarrão: forte , másculo, rústico, homúnculo ! Um verdadeiro ogro. 

Só que não ! É exatamente o contrário!

 
O conceito de homúnculo (do latim homunculus- homenzinho) tem sido aplicado em várias áreas do conhecimento humano.Um suposto ser vivo que, segundo alquimistas, embora haja outras versões, seria criado a partir do ovo e  da batata.



Homens e batatas............

............suspeitei desde o princípio......................



A alquimia , supostamente, sempre possuiu  três objetivos primordiais: transmutar metais inferiores em ouro; fabricar o elixir da vida longa e criar vida artificial a partir de materiais inanimados. Os homúnculos, então, seriam a representação de um ser emblemático, humano e quimérico.  Provável influência da tradição cabalística judaica com seu “Golem” (pokémon?).



Pois é, a linguagem é sempre reveladora...
Por que um diminutivo com pronúncia tão acentuada e forte
O que era para ser diminutivo,  a linguagem - que reflete sempre os costumes - tratou de assimilar de acordo com o machismo vigente.Verdadeiro  embuste linguístico!


Mas, o que a linguagem moldou , a feminilidade transmutou, tal qual os alquimistas, por meio de um  processo igualmente linguístico: o hipocorístico.
É , o conceito é esquisito mesmo (nem sempre consigo defender minha amada gramática, desculpa aí...).

Hipocorístico (do grego antigo- ποκοριστικός) ou  "chamar com voz suave" . Termo afetivo, formado com sufixos(pedacinhos acrescentados  no final da palavra como em: Chiquinho [Chico+inho]  ) ; por duplicação de sílaba, como nos exemplos : Juju, mamãe ;  entre outros. É quando a palavra , ou seu som, tem o objetivo de suavizar ou atenuar o som do vocábulo que lhe deu origem. Há várias formas de se produzir tal suavização, mas a mais comum , além desta sufixação ou  duplicação de sílabas, talvez seja o diminutivo, carregando consigo toda uma diferenciação do sujeito  por intimidade e afetividade.

Mas, se até a gramática – por vezes complicada – já conseguiu entender essa coisa da afetividade do diminutivo, por que homens ficam tão incomodados quando nós os chamamos de alguma coisa “inho” ?  Fofinho  ,lindinho,  ursinho ...













Você diz meu ursinho  e eles querem ouvir “meu ursão”!  Só que não... ursão não é legal , não tem afetividade. A gente até diz, mas perde um pouco da graça e do afeto embutidos.












E quando nomeamos com diminutivos  seu ......, digamos , Ãn....bem...... , vocês sabem.......é quase um crime ! E se você não é dada a ler revistas tidas como “femininas” , jamais adivinhará que, aquilo que deveria ser pura demonstração de carinho , para eles , é uma das coisas  mais broxantes dentro de um universo de coisas terríveis que poderia acontecer entre quatro paredes ; podendo causar um desastre romântico de proporções catastróficas... E não adianta tentar consertar com manobras que , no “ringue” , tecnicamente ,agradaria a ambos , do  tipo: “ meu fonfonzãozinho ” ,  "ursãozinho" ,  "cachorrãozinho", "gostozãozinho".  Eles  só escutam o sufixo -  o inho -  esperando pelo superlativo.

   
Mas se você tem sentimentos pela criatura , você vai , inevitavelmente, usar o diminutivo  vez por outra , para expressar o máximo do que sente. E a  equação não se fecha, afinal, serão dois incógnitas que, caso se reconheçam , ainda possuem sinais diferentes , e portanto, seja qual for o resultado, poderá ser  negativo.

Aff !

Mary Lúcia Oliveira.

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