Em palestra no TED : Márcia Tiburi,:- graduada em Filosofia e Artes e
Mestre e Doutora em Filosofia pela UFRGS. Publicou diversos livros de
Filosofia, entre eles "As Mulheres e a Filosofia" (Ed. Unisinos,
2002), "O Corpo Torturado" (Escritos, 2004), "Diálogo sobre o
Corpo" (Escritos, 2004), "Mulheres, Filosofia ou Coisas do
Gênero" (EDUNISC, 2008), "Filosofia em Comum" (Ed. Record,
2008), "Filosofia Brincante" (Record, 2010, indicado ao Jabuti em
2011), "Olho de Vidro" (Record 2011) e "Filosofia Pop" (Ed.
Bregantini, 2011). Publicou os romances "Magnólia" (2005, indicado ao
Jabuti em 2006), "A Mulher de Costas" (2006) e "O Manto" (2009)
da chamada "Trilogia Íntima". Em 2012 lançou seu quarto romance
"Era meu esse Rosto" (Record). É professora do Programa de
Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie
e colunista da revista Cult.
Palestra:
Rede Social Como Laboratório do Pensamento - social
networks:Marcia Tiburi at TEDxRibeirao
P.S.: embora publicado em
2013, Márcia Tiburi ,neste diálogo,além dos questionamentos acerca das redes sociais, parece antever de certa forma o
avanço fascista e o embate político-ideológico dos últimos tempos.
............. Talvez até repense a ideia de não ter “face”. Ruminando.........
***
Uma homenagem ao meu amigo Gigs, com o qual , embora coxinha , ainda
consigo estabelecer diálogos profícuos..............Seu coxinha safado !
As
pessoas estão cada vez menos pacientes e mais ansiosas, reflexo dessa transitoriedade
de nosso tempo.
Desde a alimentação fast-food , o curso de imersão , o prático olá
com emoticons, a breve duração de um compromisso a dois até a assimilação
musical ou a não permanência de um
sentimento... tudo tem de ser rápido: comida rápida, sensações rápidas, amores
rápidos , vida efêmera.
O
transitório parece estar dominando a
vida, o passageiro torna-se mais interessante
e , o vazio que vem depois , bem, vai passar... .... é o que dizem, ou o que pensam (ou
querem pensar )...
Fomos
educados na permanência, por quem viveu a manutenção dos clássicos modelos de sociedade e , por isso, somos impelidos a buscar por ela, porém, o
que encontramos hoje é a impermanência das coisas, das instituições, das
emoções , das pessoas em nossa vida. Impermanência, conceito de uma ”pós-pós-modernidade” ou “modernidade
líquida” em que a sociedade desconhece o indivíduo, a
noção de intimidade. A violação da privacidade é cultuada, aceita ,
institucionalizada ,fazendo com que o
indivíduo precise comunicar o seu almoço em redes sociais para ser entendido
como indivíduo.
Aos que
aceitam passivamente a violação de sua privacidade – a maioria - tudo precisa
ser comunicado externamente, afinal, já quase não
possuem vida interior, sequer conseguem encarar este interior. É preciso “matar
o tempo” , passar o tempo todo ao celular , tablet, computador, redes sociais,
para não ter que entrar em contato consigo mesmo... ... talvez para não descobrirem que já não existem...
Tenho uma
teoria : entre outras tantas consequências , talvez por isso até o gosto musical tenha piorado tanto nos últimos tempos. Poucos
conseguiriam , por exemplo, capturar o deleite de ouvir uma Betty Wright em “ Tonight Is The night”
no min
4:30 e , especialmente, no min 5:33 , por não terem a paciência de escutarem aos quase pacatos minutos iniciais.
Betty também nos dá outras lições , como na música “No Pain No
Gain”, em um de seus versos : “...Mas o
amor é uma flor que precisa do sol e da chuva.Um pouco de prazer vale o mesmo
que muita dor. Se você aprender este segredo, como perdoar, uma vida mais longa e melhor você viverá ...” ... Especialmente em tempos impermanentes ... E você ainda ganha um plus vocal a partir do min 2:26 , que tem seu auge entre os minutos
2:38a2:48 ; 10 segundos do mais puro e gratuito deleite sonoro , e que atingem bem fundo :
lugar atualmente distante e inóspito demais para muitos ...
Mas tem de aumentar bem o som para conseguir ouvir , ou entender...