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Colunista:

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domingo, 21 de junho de 2015

Mundo Gauche




Uma das grandes revoluções do século XX foi a subversão das estruturas sociais,encerrando-se a longa era em que a maioria esmagadora da população vivia plantando, colhendo seus alimentos e pastoreando seus rebanhos. 

Nestes tempos anteriores , as perspectivas do ser humano  eram  duradouras.Os laços familiares eram certos e as comunidades tradicionais. Após essa migração em massa para as cidades/fábricas, novas relações sociais e de trabalho começam a surgir.
No campo religioso, o protestantismo  modifica a ética. Na vida pública, o Estado não é mais o grande regulador  e o trabalho não oferece o mesmo  grau de  fixidez de outrora.
Classes sociais ? Não mais será possível definir-se  apenas por elas. Hoje , as identidades não são mais homogêneas. Todas essas perspectivas estão modificadas e o indivíduo  precisa posicionar-se em  outras identidades: de gênero , de lutas sociais, de crenças ou não crenças...

Esse processo de urbanização, aliado à  evolução tecnológica , acentuou a dilaceração dos espaços públicos e tornou as relações humanas "líquidas", como define o  sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. 
















Analisando os fenômenos da pós-modernidade,  Bauman observa o contraste entre a solidez do capitalismo de base industrial e a imaterialidade corrente, tanto no plano da circulação da informação e do conhecimento como no das relações, cujos laços, diz ele, afrouxaram-se em benefício da formação de redes virtuais, fazendo o autor uma distinção entre as comunidades de outrora e as redes sociais de hoje. Segundo ele , antes tínhamos uma noção de pertencimento à uma comunidade. Nascia-se nela, e esta ,  precedia o ser humano. Agora, temos a rede e, ao contrário , ela é feita e mantida viva por duas atividades diferentes: conectar e  desconectar. Conectar será sempre fácil , mas o maior atrativo da rede em comparação com a comunidade de antes é a facilidade de se  desconectar.


Para Bauman , com a velocidade da comunicação , do transporte e das novas relações sociais, estamos modificando nossa relação com o território.Temos um novo modelo de relações em que os espaços -  agora comprimidos e conectados -  trarão uma série de conseqüências para a sociabilidade  e  , esta vasta gama de  transformações , segue gerando um número cada vez maior de incertezas. De fato ,  não temos mais garantias acerca de nada...


...a não ser das sete faces , oferecidas pelo poeta...




Mundo ,mundo, já não mais tão vasto mundo ... Ainda que se chame Raimundo.
Embora continue uma rima ,não  uma solução;
Mundo ,mundo, vasto mundo;

Cada vez mais gauche  nosso coração.

Mary Lúcia Oliveira.


domingo, 14 de junho de 2015

Quase Você.

Da série: Ridículos Cibernéticos
Engraçado...


Jamais te vi,
Mas tenho saudade de te conhecer...
Medo de te conhecer...



Sentir sem te ver,
Sem te saber;

Isso me constrange,
Isso me confunde...
E não tem graça alguma.















Aí, do outro lado de mim,
O que penso, você diz.
Minha música é sua música.
Meus livros também estão na sua estante...

Vejo que te conheço, sem te saber.

Não, não  quero te conhecer.
Sim..., quero te ver.
Não..., talvez não deva te saber...

...Sim, isso tudo me confunde,
Isso me constrange;
E também me abarca
e me abrange...
...e me atinge ao longe onde estou...


Mas, e se te conhecer
E não te reconhecer?
Isso também me confunde,
E me constrange,
E me defende,
E me ilude...

...e não teve graça alguma.



... ... ... ... ... ... ... ...




Deixando o poema dormir o sono do tempo,
Meu coração se aquietou.
Já não bate confuso nem se defende.

Ah ! O tempo !


O tempo me ajudou a esquecer esse quase você.




Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 31 de maio de 2015

No Bojo da Sociedade.




     A mentira está no  bojo da sociedade , e esta, depende visceralmente daquela.

     Mas o que é a verdade ? As grandes teorias acerca desta  não chegam a um consenso do que ela seria  em absoluto. Todas dizem que a mentira é sempre o que está em contradição com o que é a verdade, ou seja,  a mentira seria a oposição ao que é considerado verdadeiro. Assim, verdadeiro , de modo geral, é o que consideramos como verdade.

     Para Nietzsche , por exemplo , a verdade seria uma criação humana que se solidifica na convivência verbalizada e pessoal, pois , para ele,  esta verdade seria apenas  palavras proferidas nas relações humanas.

     O que é a verdade, então?  “ Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tomaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas”. (NIETZSCHE, 2005. p. 57).


     Ainda segundo Nietzsche , um dos filósofos que de algum modo defende a mentira e a entende como verdade, tudo não passaria de convenções e conveniências, pois , se em algum momento esta verdade não agrada a alguém, esse alguém poderá  vir a trocar  de "verdade".




     Mas a mentira  está  realmente no bojo, no seio da sociedade : sutiãs com bojo,enchimentos na panturrilha, no queixo........cuecas e calcinhas com bojo !  Afinal, hoje já se pode  trocar esta verdade com a qual se nasce por uma verdade menos retilínea e mais palpável , a tal ponto de que não ter silicone ou não usar um sutiã com bojo ser uma espécie de  defeito grave , uma inverdade. Ou seja, o seio da sociedade já não é mais o mesmo. Tudo anda tão “fake”, tão siliconado...




     E recorrendo ainda a Nietzsche  – entendido frequentemente de modo errôneo -  se você  tentar não viver de forma niilista e sim ao  sabor dos encontros com o “mundo da vida” Nietzscheano  , rebelando-se e tentando , ao menos , usar um sutiã sem bojo ;  dificilmente conseguirá comprá-lo . Ultimamente, é raro  encontrar sutiãs sem bojo à venda no mercado ( a não ser os caríssimos ou muito feios ...). Bem, é melhor mesmo ir ao  mundo de peito aberto!



Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 24 de maio de 2015

Complexo de Vira-Latas - Muito Além de Nelson Rodrigues...



Fonte-imagem:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq2IxbSmbQkhEUhePevIOfcc7s8M-6-ig4qayxRc1jueOLxgeZfmOGsbq2rZuX7cmfVxTw5aMtqCeu6cSTWRjhvRHd1yCTHBG1EuY8wsPNKbtuaGzVCOqfF5u6UiVXXZ8AeZB43PHJZg6U/s320/complexo+vira+-latas.jpg









Fonte-imagem:



Fonte-vídeo:



Fonte-vídeo:

     Tentando – e não conseguindo – entender o que levaria grande parte da elite brasileira (inclusive intelectual) a buscar,despudoradamente, por meio (pasmem) da justiça(?) e da mídia brasileira,  derrubar o governo do país - simplesmente por este atender às necessidades das classes sociais menos abastadas – e a torcer sempre contra o Brasil e os brasileiros,  acabei por me lembrar de uma expressão , criada por Nelson Rodrigues: “complexo de vira-latas” , constante em seu livro “À Sombra das Chuteiras Imortais”.

     Esta expressão, inicialmente cunhada por Nelson Rodrigues, há tempos assumiu uma identidade  mais abrangente. Complexo de vira-latas, hoje, vai além da esfera do futebol  e parece definir perfeitamente o sentimento de inferioridade do brasileiro, historicamente estimulado por esta elite derrotista.Apesar da conquista dos cinco títulos mundiais , este sentimento de inferioridade  a que Nelson Rodrigues alude em relação ao futebol , sempre aflora nas mais diversas esferas do cotidiano do brasileiro .

     É de se pensar então , por quê ? Por que grande parte da elite deste país,parafraseando ainda o meio futebolístico, está quase sempre cavando um gol contra ?


Fonte-imagem:









     Tenho por hábito, analisar a história e suas implicações,relacionando-as ao que nos tornamos hoje.Deste modo, voltando no tempo , veremos que a elite intelectual deste país obtinha sua formação lá fora , na Europa ( e isso não mudou muito...). Assim , quando intelectuais como Monteiro Lobato, por exemplo  –ressalvada sua importância literária – possuíam pruridos em relação à competência de nossa gente , de certa forma , entende-se. Esses intelectuais não viam no brasileiro o reflexo do europeu que gostariam que fôssemos; provavelmente vitimizados pelas teorias vigentes à época , acerca da supremacia da raça ariana. Entretanto, por óbvio,essa “europeização”  seria impossível. Cada nação tem suas características e o que temos de melhor e que nos distingue é exatamente esta miscigenação.

     Mas , não dá para entender , como,  séculos depois , não conseguem- ou não querem - superar este ranço de inferioridade  relativo a tudo que vem de fora e que faz o brasileiro se colocar voluntariamente como inferior.

     No entanto, talvez seja possível entender (embora não concordar). Tentando resgatar o provável início de tudo , chegaremos à uma elite colonial que precisou desvalorizar o país e seu povo , fazendo-os acreditarem ser “indolentes” e “colonizados incapazes” para que aceitassem de maneira submissa e subserviente as diretrizes da nação dominadora sem questionamento (lembremos que a dominação efetiva não ocorre apenas por meio da força coercitiva). Mas e hoje , isso ainda se verifica ?

     Bem , penso que hoje é bem mais repugnante . Dentro do complexo de vira-latas , agora não está apenas a noção de inferioridade mas parece estar contido aí, também , o desejo de ser pequeno.  Alguns membros da elite de sempre: burra , anti-patriota e derrotista , querem ver o país altamente dependente de tudo o que é de fora , afinal, esta elite sim : subserviente e preguiçosa , demonstra se beneficiar desta dependência e vive muito bem nela. Parece  mais fácil ser um(a) engenheiro(a) ou um(a)  advogado(a) – formado(a) em Harvard, por exemplo, e empregados de uma grande empresa - ou ainda uma elite vendedora,filial de alguma  multinacional. Dá mais TRABALHO ser produtor do que um mero revendedor.


     Enfim, se ontem era ridículo não ser  europeizado , hoje , é não apenas ridículo mas igualmente triste  colocar-se como inferior para obter lucros ,  torcendo contra o próprio país, tentando impedi-lo , a todo custo (leia-se: comprando o judiciário e a mídia) de crescer e se tornar o gigante que a natureza nos fadou ser.



BÔNUS... 

SEÇÃO - TEORIA DA  CONSPIRAÇÃO:

Fonte-imagem:

Teria sido realmente “vendida” a copa , para , 
entre outras coisas, manter  o complexo de vira-latas intacto , 
já que o brasileiro estava tomando o gostinho , nos últimos tempos,
de se ver  como alguém capaz ?

Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 17 de maio de 2015

EGOTRIP



Fonte do vídeo:

you tube - canal MARISAMONTE
https://www.youtube.com/watch?time_continue=8&v=WMPWNVpCSl8


Sua vontade era de  chutá-lo , mas o beijou.

Beijou-o sem  roçar as unhas em seus cabelos e acariciar sua nuca, seria demais...

Prostitutas não beijam ; mas casais , a um passo do fim , sim.


Não é que ele esquecesse a droga da toalha molhada na cama ou a porra da tampa do vaso 

aberta, isso era pouco , embora irritante.Ele se esquecia de  mais, demais.Dos aniversários,

 de compromissos com seus amigos, da sua vez de por o lixo para fora, de lavar a

 louça , de elogiar o seu intelecto e não apenas seu vestido novo...


Não perguntava como foi o dia, não suportava seus sucessos, e acreditava que ela não percebia...


Tentou  conversar , iniciar uma “DR”  várias vezes, embora nunca  em frente à TV - menos

 ainda na hora do jogo e em dia de clássico - mas ele sempre preferiu fugir..........talvez  se 

ele acreditasse menos em piadinhas machistas sobre discutir a relação, ainda fossem um casal .



Já não valia mais à pena tentar. Queria voltar a não sentir vontade de conhecer outro 

alguém, outra cama , outro pijama , outros defeitos ,  começar tudo outra vez, escapar 

desta pulsão de morte-  ir além -  pulsar de novo o coração ...


Então...


De repente , foi fácil ir...                                     

Pulsão de vida, princípio do prazer.


Egotrip !

Mary Lúcia Oliveira.





Fonte do vídeo:
you tube - canal  voicetel


Egotrip  

Viagem ao Fundo do ego


Há um lugar místico em mim
Algo assim, bem escondido
Um planeta inexplorado
Um horizonte perdido
Me embrenhei na mata virgem
Como um nativo zumbi
Mergulhei fundo no oceano
Como um Jacques Cousteau parti
Explorador sem experiência
Marinheiro de primeira viagem
Embarquei de peito aberto
Levando só a coragem
(Refrão)
Coragem pra enfrentar
Frente a frente eu comigo
Como se enfrenta um irmão
No exército inimigo
Coragem pra encarar
Frente a frente eu no espelho
Como se encontra um irmão
Que lhe nega um conselho
Quase no fim da estrada
Uma voz veio me dizer
Se você quer seguir, cuidado
Não vai gostar do que vai ver
E a volta foi difícil
Retornei de mãos vazias
Nessa minha egotrip
Não fui Davi, nem fui Golias
Explorador sem experiência
Viajante sem bagagem
Perdi tudo o que eu tinha
E o que eu tinha era só a coragem



domingo, 26 de abril de 2015

HE FOR SHE

" HE  FOR  SHE "


Fonte da imagem:



          Recentemente, enviei este vídeo acima para algumas amigas , imaginando inocentemente que , no mínimo , geraria alguma comoção, discussão ou comentários. Nada. Fui retumbantemente ignorada.

     Perplexa com tal reação ou silêncio incômodo, comecei a pensar o que levaria mulheres a rejeitar silenciosamente o assunto : feminismo.

     Homens tendo esta reação , “vá lá !”.É  inaceitável , porém compreensível até certo ponto, afinal , sentem-se ameaçados em sua hegemonia e poder  , por não saberem exatamente( ou não quererem saber ) o que de fato venha ser feminismo . Mas,   mulheres,  tendo uma atitude  como esta , não seria um paradoxo?

     Enfim , parece que tanto homens quanto mulheres demonstram não conhecer claramente  o assunto.  É muito comum as  pessoas serem  contra  o feminismo sem sequer  entender  o que  ele significa.

     É corriqueiro escutar discursos do tipo: "...não sou feminista , sou feminina",  ou  "...não sou feminista  nem machista, acho que todos devem ser iguais".

     Bem , até para aqueles  que não cometem o ridículo de  falarem  sobre  algo que não conhecem (ou que pensam conhecer)  não é difícil perceber um acerta  confusão de premissas básicas nestes discursos , afinal , feminismo é tão somente   “...um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens ...”  ( ......se , neste exato momento , você está se contorcendo diante do computador  por achar  que esta definição está errada, sugiro que se controle , pesquise e se conforme......). SORRY !  Basicamente ,É SÓ ISSO  mesmo !




     Quando uma mulher  diz "...não sou feminista nem machista , acho que todos devem ser iguais " , na verdade está sendo incoerente e dizendo : "não sou feminista, mas sou feminista" pois , ser feminista , como já vimos, é exatamente isso :  lutar por direitos iguais .

     No geral, as pessoas são "contra" o feminismo sem sequer saber o que ele preconiza. Feminismo não prega ódio nem a dominação das mulheres sobre os homens. O feminismo pede  apenas um basta na dominação  de um gênero sobre outro e não é – e nem pretende  ser -     o contrário de machismo , até por que , machismo é um sistema de dominação e feminismo é uma luta por direitos iguais. E ainda , para os mais céticos :  feministas não  odeiam homens , não querem  se rebelar, dominar o planeta ou cortar fora os testículos dos homens, querem apenas igualdade de direitos , deveres e condições. É apenas uma questão de justiça !


     Assim, homens e mulheres que rejeitam o termo “feminista” , na verdade  não sabem de fato o que ele significa. Feminismo não é um conceito que você deva rejeitar. Se você é uma feminista, você acredita em liberdade , justiça e  oportunidades iguais para todos.





     Por que então tanto medo, tanta  celeuma , discursos  incoerentes  ou  silêncio?


     Bem, como todo sistema de dominação , para se manter o poder vigente é preciso instaurar  esquemas de dominação e de manutenção desta dominação (claros ou subjacentes). Fazer as próprias mulheres pensarem  que ser feminista as fará serem vistas  como anti-homens, agressivas e pouco atraentes  tem sido bastante eficiente(embora esta também seja uma permissão nossa, ou da maioria de nós ainda, infelizmente ...).                                                                                                                                                                               
    



                         E assim, diante da manutenção do machismo, do silêncio incômodo feminino ou da disseminação dos discursos incoerentes acerca do feminismo , a pergunta final é: quem perde ? 

Todos . 
Mulheres e homens.

     Vale ressaltar que  uma sociedade  machista também oprime os homens  por meio desse discurso e práticas machistas  de que eles têm que ser os machos provedores, que  precisam  ser durões, que não podem chorar nem  demonstrar nenhuma sensibilidade  afeita ao mundo  feminino para não serem  caracterizados como fracos.  
  









      Mas , se depois de toda esta informação  , você  ainda não sabe o que fazer , nem se deve fazer ou  se reconheça como  um  ser do tipo  resistente -preguiçosa (oso) , talvez  fique surpresa (o)  com este teste  abaixo.

Mary  Lúcia  Oliveira.




Teste divulgado pela jornalista e escritora -Clara Averbuck



Teste simples pra saber se você é uma pessoa que se identifica com o feminismo.

Vai encarar ? 


TESTE:

1. Você concorda que uma mulher deve receber o mesmo valor que um homem para realizar o mesmo trabalho?

2. Você concorda que mulheres devem ter direito a votarem e serem votadas?

3. Você concorda que mulheres devem ser as únicas responsáveis pela escolha da profissão, e que essa decisão não pode ser imposta pelo Estado, pela escola nem pela família?<

4. Você concorda que mulheres devem receber a mesma educação escolar que os homens?

5. Você concorda que cuidar das crianças seja uma obrigação de ambos os pais?<

6. você concorda que mulheres devem ter autonomia para gerir seu dinheiro e seus bens?

7. Você concorda que mulheres devem escolher se, e quando, se tornarão mães?

8. Você concorda que uma mulher não pode sofrer violência física ou psicológica por se recusar a fazer sexo ou a obedecer ao pai ou marido?

9. Você concorda que atividades domésticas são de responsabilidade dos moradores da casa, sejam eles homens ou mulheres?

10. você concorda que mulheres não podem ser espancadas ou mortas por não quererem continuar em um relacionamento afetivo?

Respondeu sim pra tudo?

Está confortável na cadeira?

Você é pró-feminismo, ou até... Feminista! Uau!

Você não precisa ser ativista para ser feminista. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Se você acredita na igualdade de direitos entre homens e mulheres, você é feminista.

As pessoas confundem feminismo com um monte de coisas. As pessoas têm medo da palavra FEMINISMO.

Feminismo. Feminista. Feminismo. Feminista. FE-MI-NIS-MO.

Feminismo é sobre liberdade.


E é difícil ser realmente livre neste mundo.

domingo, 5 de abril de 2015

Retorno à Caverna





     Tenho , de certa forma ,desvirtuado os objetivos deste blog nas últimas semanas.Era para ser o lado descontraído do ridículo nosso de cada dia...


     Senti-me esgotada ao produzir , dias atrás , o texto: “Breve Histórico da Manipulação Política.” Considerei inclusive fechar a questão e não mais retomar o assunto, porém, observando atentamente a repercussão deste , comecei a pensar se   nós - de esquerda ou não – mas que amam este país ; estaríamos  fazendo tudo que esteja ao nosso alcance para mudá-lo, melhorá-lo , tirá-lo das mãos dos oportunistas de sempre , travestidos ridiculamente de paladinos da moral , dos bons costumes e da decência (talvez aqui recupere o sentido deste blog... ).

     Mas não é fácil falar disso sem antes ser taxada de alienada , perante o discurso pseudo moralizante da mídia corrupta deste país, imediatamente aceita como verdade por indivíduos pouco despertos para a realidade.

     E assim, lembrei-me de uma história , na verdade um mito , criado por um filósofo grego da antiguidade , Platão,como uma ferramenta didática que julgo ser perfeita para estes nossos tempos:   “O Mito da Caverna” .



     Este mito , história ou alegoria, fala de prisioneiros  cativos  desde o nascimento - que levam toda a vida  presos em correntes numa caverna -  passando  todo o tempo olhando para a parede do fundo desta caverna onde estão encarcerados - sendo esta , iluminada apenas  pela luz  vinda de uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Tais prisioneiros  passam seus dias dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações... 

     Continuando...  Platão nos leva a imaginar que  um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Assim, entraria em contato com a realidade e, após retomar a visão embaçada pela escuridão ,  perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real , ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Assim , louco para dividir este conhecimento com os que ficaram na caverna , voltaria para  passar toda sabedoria adquirida no mundo externo para seus colegas ainda presos. Porém, ao tentar fazê-lo , seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros o chamam de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.

     O que Platão tentou nos dizer por meio da metáfora de “O Mito da Caverna” ?

     Bem, Platão foi muito feliz ao criar esta imagem que, didaticamente ,diz claramente o quanto nós, seres humanos,  temos  uma visão por vezes distorcida da realidade. Em uma analogia direta, tais  prisioneiros somos nós (ou a maioria de nós) que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo pois nos apresenta imagens que nem sempre representam a realidade.

      Por meio desta brilhante imagem criada por Platão, descobrimos que só é possível nos apercebermos  da realidade  quando conseguimos nos libertar ou pelo menos conhecer  a força destas  influências culturais e sociais em nossas vidas , ou seja, quando enfim nos permitimos  “sair  da caverna”, embora tenhamos , muitas vezes , que enfrentar a ignorância dos ainda cativos .

     Enfim , talvez  soe arrogante o que vou dizer  mas  tenho tentado “retornar” solitariamente à caverna para iluminar de alguma forma este cárcere em que se encontra a sociedade brasileira, cegada pelas imagens desta caverna , iluminada apenas pelas labaredas projetadas pela calculada fogueira da mídia corrupta ,  executando o que imagino ser minha modesta contribuição .


     Entretanto, temo que tenhamos  sucumbido e arrefecido o combate , diante do bombardeio cotidiano de uma mídia -que descobriu na insistência diária -uma abertura em nosso flanco . Precisamos fazer  , urgentemente , um “mea culpa”: quantos de nós ( repito , sim ou não de esquerda mas que prezam por este país) que , em tempos de acirrada campanha política , não devotou horas de seu tempo a desconstruir as mentiras  da mídia vendida e que , de tempos para cá, não se rendeu aos factóides desta mídia anti-patriota - exaustivamente engendrados - é bem verdade , deixando o flanco aberto aos desertores desta pátria , entrincheirados no jornalismo rendido ?

     Não seria este o momento para retomarmos a luta – diária – pela  reconstrução deste país ?


     E sendo assim , pergunto : vamos - todos - descer à caverna ?












Mary Lúcia Oliveira