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Colunista:

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sábado, 23 de abril de 2016

NÃO , NÃO É " Mi-Mi-Mi " !!!


Geralmente, quando alguém toca na questão do machismo , o que vem à tona é , quase sempre, o óbvio ululante: violências ( doméstica, profissional, verbal, física...) ; submissões... Enfim, já há um certo elenco de práticas mais ou menos consubstanciadas neste quesito . No entanto, os modos como essas práticas são introduzidas em nosso dia a dia nem sempre são tão claros ou conseguimos nos dar conta ...inclusive dentro do próprio universo feminino.


As formas mais ou menos sutis com que muitas dessas ações -  aparentemente inofensivas -  são implantadas na prática é que denotam o “refinamento” da coerção machista que nem todos estão aptos a enxergar . Isso acaba causando uma certa confusão e , muitas vezes , é encarado - ou forçosamente desvirtuado, para usar uma expressão do momento ,como “mi-mi-mis” de mulherzinha -  fazendo inclusive com que a vítima (sim, vítima!) se retraia e nada faça, ou ainda, sofra  calada e sozinha, perpetuando a situação e o machismo, ou pior, tente se defender de forma completamente errônea , procurando se “descolar” de qualquer menção ao feminismo, optando indireta e equivocadamente pelo machismo que a diminui, por  muitas vezes  não entender o real objetivo da luta feminista (que não é apenas pelas mulheres, diga-se de passagem...).

Assim, corriqueiramente são engendradas: práticas , gestos, ações que parecem inofensivas mas que são secularmente articuladas para manter o “status quo” machista e que pretendem aviltar,  roubar  e minar - diariamente – nossa autoestima ,nossa força, oportunidades, espaço, saúde e muito mais, nas quase imperceptíveis tentativas de limitarem nossas possibilidades.

Mas , afinal, do que é que esta doida ( euzinha ) estaria falando ?

Bem , existe muito mais debaixo da velada capa  coercitiva do machismo , travestida propositalmente de  “exageros femininos ou feministas”. Apresento-lhes alguns tipos aparentemente invisíveis de machismo , mas dos quais você, na verdade  – especialmente se for mulher –  provavelmente ,  foi , é ,será vítima ou simplesmente já assistiu.

As designações dessas práticas estão em inglês , da forma como foram primeiramente mencionadas .

 Você vai perceber ,  ENFIM......
.............QUE  NÃO ............
NÃO ERA E NÃO É MI-MI-MI ........


Só para começar:

Manterrupting: quando uma MULHER não consegue concluir sua frase porque é constantemente ( e propositalmente) INTERROMPIDA PELOS HOMENS ao redor.

Bropriating: Quando, em uma reunião, um HOMEM SE APROPRIA DA IDEIA DE UMA MULHER e leva o crédito por ela.

Mansplaining:  É quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como se não fosse capaz de compreender. Afinal,para eles, muitas vezes, você é SÓ uma mulher.


Gaslighting: VIOLÊNCIA EMOCIONAL por meio de MANIPULAÇÃO PSICOLÓGICA, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz.

Abaixo, um resumo feito pela sabedoria
 nada inconsequente desta  geração de  mulheres empoderadas :


     
Fonte do vídeo:
you tube - canal: ENCALACRADA



BÔNUS:


Fonte do vídeo:
you tube - canal: LULLY DE VERDADE


P.S.: 
O que você pretende fazer , agora que tem esta informação ? 
Continuar a ser vítima ou a assistir uma mulher passar por tudo isso sem  nada fazer ?(...isso também vale para homens...).

Posso te dar uma ideia ? 
Faça sua parte. Cada vez que presenciar algo do tipo , desconstrua -educadamente- o discurso do opressor-agressor  que , muitas vezes , sequer percebe que o é.

E, mulheres...

Pratiquemos a sororidade* !

* Sororidade: união e aliança entre mulheres, baseada na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum, no lugar da velha rivalidade de sempre.

Mary Lúcia Oliveira.

domingo, 17 de abril de 2016

Extra ! Extra! Ridículos Brasileiros Expostos lá Fora !


E aqui dentro.............o grande picadeiro !


"...Mídia internacional desmascara o Golpe no Brasil.
Participação extremamente esclarecedora de Glenn Greenwald, vencedor do prêmio Pulitzer de Jornalismo. Todo brasileiro deveria ver ".

     Um vídeo terminal . Belo resumo do que está ocorrendo - de verdade - no Brasil , mas que os brasileiros desconhecem e são levados a pensar exatamente o contrário.

     E o mais ridículo não é o povo acreditar na farsa, afinal , é o gado tangenciado de sempre. 


     Duro mesmo é ver gente instruída e influente, ser igualmente e inadvertidamente insuflada e ludibriada , compondo as trincheiras da subversão total de nossa insipiente democracia. 



     Quem são eles ? 
     A história e seu registro dos covardes irá dizer, mas  vou  nomeá-los:



-O judiciário , que , acovardado, apavona-se e se 
apavora , diante  da opinião pública teleguiada,    
pisando em nossa constituição.

- A elite entreguista de sempre.


- Os imbecis : massa de manobra ,fascistas e teleguiados, que sequer sabem que acabaram com o próprio futuro.


A maçonaria masculina , outrora reduto de gente esclarecida e artífice  de quase todos os movimentos democráticos no mundo , agora acovardada e ludibriada pela nossa plutocracia, unindo-se à manada nada esclarecida.



- O ego inflado de grande parte do Ministério Público e da Polícia Federal e suas vedetes, ansiosos pelo próximo "flash" global.

- O "bunker" da crise, infiltrado na  classe jornalística:  criador, mantenedor e replicante de factóides.

- A classe política.Ou os   "vencedores" .


Não, 
não era mi mi mi ............
Mas agora talvez não dê mais tempo mesmo...


Aos possíveis "vencedores"  :

 a vergonha na história !
     


E embora não haja mais quase nada a fazer , 
senão lamentar pelas próximas décadas  e sonhar com o dia em que o povo
-e sua elite dominante - queira de fato o melhor para este país ; 
 assistam a este vídeo altamente instrutivo,provavelmente póstumo  a nossa democracia. 
Fechemos as cortinas !
O palhaço agoniza.

Mary Lúcia Oliveira.

sábado, 16 de abril de 2016

Sua Presença . . .






Você  me tira o fôlego !
Dentro de mim , deixou parte de ti :
Que me preenche , revolve-me  inteira  
E se multiplica em meu ser...    



Por ti, meus olhos se projetam ,
Minha cabeça gira ,
Minhas pernas se contorcem no tal balé esquisito;
E não há cura para isso.


Olha o que me fez:
Já não como,
Não vivo,
Desfaleço.
 



Leva-me para  cama ,
Duas semanas e meia de ...
... você sabe...






E em meu corpo , sugado;
Ainda carrego suas marcas,
Em meio àquela febre muito louca a que me entreguei ...


...

                    ...


                                          ...

... Mosquitinho “feladaputa” !



Xô, dengue !
Vá de reto , Zica !  
Chikungunya ?  Não me pertence !


                                                                        





sábado, 9 de abril de 2016

Sexo Frágil



Vou trabalhar de transporte público, mais precisamente de ônibus. Tenho ótimas ideias (odeio ideia sem acento !!! Maldito seja esse acordo ortográfico !!!) sentada no ônibus, preferencialmente à janela.Só uma coisa me incomoda: homens se espalhando ! Conhecido  internacionalmente como “ manspreading” ou homens que insistem em se sentar com as pernas em ângulos obtusos (...e mente idem). Como se suas bolas tivessem vida própria e, de repente, corressem o risco de incharem e explodirem ao menor contato com as pernas ou , quem sabe , isso mantivesse seus bilaus mais refrigerados , ou ainda – desconfio - que eles possuam a  ilusão de que acharemos seus "amiguinhos"  maiores porque precisam de mais espaço. Dãããh!!!! Quanta insegurança ! Preferem ser mal educados a correrem o suposto risco de não parecerem ter bilau grande. Aff !!


Meus caros, uma mulher sempre saberá que é apenas insegurança – e falta de educação -  sua !


Aliás, segundo uma amiga, o mesmo raciocínio vale para homens com carros de tamanhos ampliados (a menos que deles necessitem por motivos de trabalho...). Segundo essa “especialista” amiga minha, dá para aprender muito sobre homens, observando seus carros : como dirigem, como os mantêm... 
















Ah ! O tamanho ? Do carro.....Bem, diz a lenda que quanto maiores – salvo exceção já feita – menor a autoestima e respectivo tamanho do dito cujo. Eu diria que faz sentido. . . É o mecanismo da compensação de Freud em ação : “... é um Mecanismo de Defesa que tem por objetivo alcançar uma diminuição da ansiedade surgida de situações de inferioridade (real ou imaginária) e de assegurar uma posição de bem estar ao indivíduo em relação aos demais. É um processo psíquico em que a pessoa se compensa por alguma deficiência percebida ou conscientizada (não necessariamente verdadeira), ou pela imagem desfavorável que tem de si própria, através de uma outra característica (falsa) que o caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo”.


E  a competição entre eles , então , nas várias esferas sociais,  para ver qual macho será o alfa-pegador ou o que "comeu" todas ? Mais insegurança... Ao longo do tempo muitos machos foram  construindo as máscaras que envolvem o ego, as “personas”, segundo Freud, e com elas foram desenvolvendo uma série de projeções daquilo que gostariam de ser ou ter.  Não basta comer (e ser comido), é preciso falar, vangloriar-se , autoafirmar-se . E se não comeu dirá que comeu e será acreditado por todos os “sub-machos” , sedentos pelas conversas de corredor, nas quais supostas conquistas homéricas não os deixam ver que também foram usados ... 


Pura angústia e fragilidade egoica de macho , diante da necessidade de autoafirmação.Aliás , no quesito “comer”,o que se parece mais com uma boca ? O amiguinho deles?  Ãn, hãm.....



Quer entender angústia de macho e  fragilidade egoica?  Vá em uma boate ou um barzinho e observe. O “modus operandi”  é quase sempre o mesmo,  eles carecem um pouco de criatividade... O sujeito paquera uma mulher que não lhe dá bola , ele fica instigado e resolve investir um pouco mais ( a velha síndrome do caçador , tão utilizada pela fêmea em benefício próprio...) . Lá pelas tantas ele se convence de que não vai “rolar” nada e passa a paquerar a amiga da fêmea inicial, imaginando vingar-se. Típico. Mas este é um fenômeno que nós mulheres já conhecemos – e  dele também nos servimos desde os primórdios. Por isso costumamos sair em bando ; inclusive para irmos ao banheiro e reformularmos as estratégias ...



Como não sentir peninha de um sexo tão frágil ?





                          








                           


          Por isso nós os protegemos tanto... 

domingo, 27 de março de 2016

Batman vs Superman



Novo filme baseado nos personagens “Superman” e “Batman”  da  DC Comics e distribuído pela Warner Bros Pictures.


 Se os personagens fortes da concorrente Marvel surgiram nos anos 60, no embalo da contracultura e da luta pelos direitos humanos , em um cenário no qual grande parte da população americana era contrária à Guerra do Vietnã;  os ícones da DC Comics nasceram durante a Segunda Guerra Mundial, uma época muito mais romantizada, em que heróis como Superman, Batman e  Mulher-Maravilha , rapidamente se transformaram em símbolos de justiça e liberdade, surgindo tanto como arte quanto como indústria e, ao contrário do que aconteceu com a Marvel- que acabou humanizando seus personagens para tentar uma identificação com o público- a  DC investiu na criação de deuses.





Mais um filme de super-herói norte-americano  ou da necessidade  humana de superar  a morte , ou ainda , nossa  busca pela transcendência .





A pretensão humana de tornar-se mais forte, mais inteligente, de vencer a morte , está presente em nossa sociedade. A exemplo disso , nossa busca por transcender os limites do corpo com a inteligência artificial, a engenharia genética ou  a nanotecnologia.



Para o filósofo (incompreendido) Nietzsche (Friedrich Wilhelm Nietzsche) , o homem precisa de consolos para suportar a vida .   Em seu  livro “Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém” , o conceito de “ Übermensch” ou  "Além-do-Homem" , foi frequentemente corrompido , sendo divulgado - e por vezes traduzido erroneamente - como “Super-Homem”;  parecendo  ter influenciado sobremaneira nossa sociedade dita “moderna”. Infelizmente, quase sempre por meio de interpretações errôneas ou mal intencionadas, associado de forma corrompida  até mesmo ao nazismo.   

Ao longo dos anos o homem criou histórias em que se projeta como poderoso, dominador, tendo o poder de ser senhor do tempo, senhor do mundo; criando mundos e personagens capazes de tudo. Isso demonstra sua busca por poder, mesmo que um poder fictício. A busca pela longevidade, a vida eterna, não é demonstrada apenas nos super-heróis, mas em criaturas místicas e em várias outras ocasiões, por meio de divindades, objetos ou do domínio da vida por meio da ciência ou do controle do tempo. O domínio do homem sobre outras criaturas é demonstrado na criação de robôs que tornam-se força de trabalho, vistos em desenhos e filmes. Vê-se até mesmo o acoplamento do homem à máquina com o objetivo de tornar-se mais forte. A busca por poder é evidente na ficção , na qual podemos vislumbrar o homem se projetando como alguém capaz de tudo.


Em seu "Além-do-Homem” , o que Nietzsche  deseja é a superação do homem. Não  um ser fortalecido, potencializado ou reforçado nos seus talentos , mas um homem além de si, sem  muletas e consolos que o façam suportar  a vivência da finitude , da morte  , que o façam inventar  finais escatológicos para a existência , sem os quais não suportaríamos viver . Assim,  ultrapassar o homem , ir além , significa aceitar a possibilidade de viver de maneira radical a finitude e a morte sem necessidade de consolos metafísicos ou da criação de super-heróis , humanos ou humanóides ; assumindo uma perspectiva de que a existência não tem uma justificação nem religiosa, nem ética , nem metafísica ; mas pura e simplesmente  - talvez - se couber aqui alguma justificação:  estética.  Ou seja, adquirir a  capacidade de levar até o fim uma vida cujo único sentido  seja ter a forma de uma bela obra de arte ; com borrões se a vemos de muito perto e perfeita se a enxergarmos a partir do devido ângulo.




Bem, a mim preocuparia muito visualizar o homem na figura quase cômica de dois super-heróis que -  apesar de atualizados ( leia-se : não usam mais a cueca por cima da calça ...aff!!! Mas sim repaginados [??] com aquela roupa super  grudada ao corpo ) -  ainda precisam de mais enchimentos que mulher fruta siliconada de calça legging e top................


“Deus está morto (?)  ,
Nietzsche está morto.....
......e eu não estou me sentindo muito bem.”


Alguém aí apague a luz.


Em tempo: detesto cravos !   


sábado, 19 de março de 2016

Sociedade Teleguiada. . .

. . . Ou de Como Pessoas de Bem Tornam-se Bestas Esclarecidas



Nunca pensei assistir a isso.

O pronome demonstrativo de segunda pessoa “isso” ( e suas flexões), entre outras ocorrências , pode revelar ; na frase, o tempo passado, relativamente próximo ao momento em que se fala, marcando um passado que na verdade acabou de acontecer ou passar.

Até então, equívocos históricos costumavam dormir as noites dos tempos, devidamente resolvidos e assentados num passado deveras distante. Jamais imaginei  assistir a uma dobra do tempo em que o passado viesse à tona  e a confundir alguns desavisados no presente. Especialmente aqueles desavisados que não aprenderam as lições deixadas pela história.

leia :


Este país foi espoliado , depredado, aviltado e humilhado em extensões nunca vistas ? Sim, e esta espoliação nos relegou , mais uma vez, a um dos últimos degraus do desenvolvimento. Estaremos , a partir de agora , notória e desafortunadamente atrasados para o grande bonde do crescimento - moral e econômico - até por que, um depende visceralmente do outro.

Mas quem seria este algoz, real mentor de toda a sorte de nossos infortúnios atuais ?

Nosso algoz é na verdade o carrasco de sempre . Uma insensível, violenta, triste e fascista classe média, que gosta de se autodefinir como elite. Lembremos  da atacada (porque tocou fundo na ferida) filósofa e professora Marilena Chauí : “ A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante " . Resguardadas , claro, as devidas exceções ; pois elas existem( uma pequena parcela dessa classe média que é responsável e solidária) , embora seja voto vencido pelos fascistas.Um país com uma extensão territorial tão grande, com gente tão idem , não merece a classe média que tem .


Nossa economia explicada em biscoitos... ... ou em classes...

Como já mencionei em outros “posts”, tenho por hábito analisar a história e suas implicações,relacionando-as ao que nos tornamos hoje. E assim, voltando no tempo , veremos que nossa  antiga elite colonial  precisou desvalorizar o país e seu povo , fazendo-nos acreditar sermos  “indolentes” e “colonizados incapazes” para que aceitássemos  de maneira submissa e subserviente as diretrizes da nação dominadora sem questionamento (lembremos que a dominação efetiva não ocorre apenas por meio da força coercitiva).

Além disso, a elite intelectual deste país, em geral, no passado, obtinha sua formação lá fora , especialmente na  Europa ( e isso não mudou muito...). Deste modo , quando intelectuais como Monteiro Lobato, por exemplo  –ressalvada sua importância literária – possuíam pruridos em relação à competência de nossa gente , de certa forma , entende-se. Essa classe média ou essa elite, não via no brasileiro o reflexo do europeu que gostariam que fôssemos; provavelmente vitimizados pelas teorias vigentes à época , acerca da supremacia da raça ariana. Entretanto, por óbvio, esperar por essa “europeização”  seria impossível. Cada nação tem suas características e o que temos de melhor e que nos distingue é exatamente isso:  esta miscigenação.

Infelizmente , nossa classe média não parece ter conseguido superar este ranço de inferioridade ,  relativo a tudo que vem de fora e que faz o brasileiro se colocar voluntariamente como inferior ou o popular e repugnante “complexo  de  vira-latas”.

Como também já mencionei em “posts” anteriores , penso que hoje é bem mais repugnante . Dentro do complexo de vira-latas , agora não está apenas a noção de inferioridade mas parece estar contido aí, também , o desejo de ser pequeno.  Alguns membros da elite de sempre: burra , anti-patriota e derrotista , querem ver o país altamente dependente de tudo o que é de fora ( ...e até vender o próprio país... ) , afinal, esta elite sim : subserviente e preguiçosa , demonstra se beneficiar desta dependência e vive muito bem nela. Parece  mais fácil ser um(a) engenheiro(a) ou um(a)  advogado(a) – formado(a) em Harvard, por exemplo, e empregados de uma grande empresa - ou ainda uma elite vendedora,filial de alguma  multinacional. DÁ MAIS TRABALHO ser produtor do que um mero revendedor.

Enfim, se ontem era ridículo não ser  europeizado , hoje , é não apenas ridículo mas igualmente triste, colocar-se como inferior para obter lucros ,  torcendo contra o próprio país, tentando impedi-lo , a todo custo (leia-se: comprando o judiciário e a mídia) de crescer e se tornar o gigante que a natureza nos fadou ser.

Mas , graças ao livre arbítrio , você ainda tem o direito de ir para as ruas e , teleguiado pela imprensa corrupta , ser massa de manobra da direita de sempre, imaginando ridiculamente que isso  fará de você  um membro dessa elite.

Não , "mané"  ! Você não faz parte dela ! E ainda que faça, este país também é seu. 
Sim, "mané"  ! Você não é europeu e muito menos norte-americano ! 
Ainda que queira fingir ser !

Lute por este país  e não CONTRA ele !

(...)

Saudade de um tempo em que nosso judiciário não pisava nas garantias e direitos constitucionais ...   ... e não se curvava à “opinião pública” . Opinião essa que hoje é tristemente caracterizada por  “lavagem midiático-cerebral”.


Bônus:

Olha aí a “moralidade” de quem acusa.
Pessoas -verdadeiramente inteligentes -  fazem conexões...


Mary Lúcia Oliveira.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Breve Ensaio Sobre a Escravidão




Dia 8 de março chegando .
É... aquele dia/semana "dedicado" à mulher. Ual !!! Agora temos uma semana !!!
Quanto "progresso" !!!!
...Tipo: aproveita bem esse dia aí porque , nos outros, só dá eles !
*
Bem, decidi "aproveitar"  esse "meu dia/semana ", reeditando o texto que deu origem a este blog tempos atrás.

Sugira a leitura para aquele seu amigo, parente, conhecido, namorado , marido,amante...
...aquele que sempre diz que NÃO é machista mas que AGE COMO UM e ainda se dá ao direito de se irritar se você o obriga a ver o quanto suas atitudes não conferem com seu discurso.


Breve Ensaio Sobre a Escravidão

     Servidão,sujeição. Eis a definição dicionarizada para escravidão.Como a prática desta entre os humanos  é coisa antiga e ao mesmo tempo contemporânea  –  embora teoricamente façamos de tudo para combatê-la  –  os dicionários, entidades pouco dadas à divagação instrutiva( o que é uma pena !) , não se preocupam muito em esclarecer se tal servidão ou sujeição, hoje, pode vir a ser  tacitamente consentida ou se tem deveras apenas seu caráter literalmente de servidão, da dominação pela força. As grandes questões  são: Quem domina? Quem é dominado? Por quê?

     Historicamente, uma pessoa poderia ser escravizada, dentre outras tantas razões, pela cor de sua pele.A nós, basta que nos atenhamos a este fato: alguém nascia  com uma característica genética específica , e pronto, entrava  para a “danação eterna"!  Era perfeitamente lícito o sujeito, porque branco, esperar que suas fezes fossem recolhidas pelo negro que lhe servia , que seu banheiro e sua casa fosse limpa e suas outras tantas necessidades fossem prontamente atendidas pelo desafortunado nascido sob o histórico estigma da cor .

     Mais que isso, nem sempre o escravizado se rebelava. Pensava mesmo ser inferior a seus senhores ou  que haveria uma ordem e hierarquia corretas na sociedade, na qual seu papel e posição eram exatamente esses. Sentia-se muitas vezes até confortável em sua situação social. Afinal, era isso o que esperavam dele e não podia decepcionar toda uma sociedade pré-estabelecida. Ou ainda,como seria seu lugar no mundo se não aceitasse seu papel? Acabaria por certo segregado em algum quilombo distante , temendo ser encontrado... Rebelar-se pode ser bastante complicado e requer muita capacidade , ousadia e auto-estima. É isso! Rebelar-se nunca foi para todos...

     A humanidade , vista através de olhos distanciados pelos séculos, parece ter sido bastante repugnante e cruel em alguns momentos guardados no tempo. Entretanto , a poeira desses tempos  , ainda impregnada em algumas retinas,  nem sempre  permite enxergar a servidão que continua fazendo entrar para a danação eterna alguns seres desafortunados , nascidos, desta feita,  sob o estigma do gênero.

     Por medo de não possuírem um senhor e um lugar na sociedade , ainda que inferior  e serviçal, hoje, algumas almas – infelizmente ainda uma grande maioria – nascidas  sob o estigma não da cor mas do                                                                                                                          
gênero, sendo este de qualquer cor  ;  ainda acreditam serem serviçais do outro gênero, e estes , considerando-se superiores àquelas  - pela simples marca genética aleatória de se ter recebido um falo –julgam-se no direito de escravizar seres humanos , de novamente ver suas fezes recolhidas  e sua casa limpa por este ser - que nem sempre  se percebe inferior- porque, os senhores de hoje; aprendizes dos senhores de ontem, sabem que o melhor e mais eficiente domínio não é mais composto por ferros, muito menos por senzalas, mas sim, por dourados anéis, longos vestidos brancos compondo a cena com buquês, frases feitas de efeito, do tipo: “RAINHA? do lar” , “DONA? de casa”...

     Infelizmente, mesmo seres dotadas de grande conhecimento e em pleno gozo de suas faculdades mentais, deixam-se  dominar por esses senhores ainda feudais . Talvez, impelidas por uma baixíssima autoestima, a qual só pode ser sanada ou amenizada por um  vestido branco e  um buquê , o que , num delírio coletivo e teatral , as faz sentir enfim  alguém por algumas horas. E assim, no curso de suas quase vidas , exaustas, executam sua terceira jornada ao chegar em casa após um dia inteiro de trabalho  porque , no imaginário coletivo, isso as faz mulher; e elas não podem contrariar aquilo  que lhes dá um lugar no  mundo.




     Alguns senhores são um pouco menos desumanos com suas escravas, eles costumam dizer - orgulhosos e altivos-  que AJUDAM suas serviçais (...aquele que AJUDA, obviamente entende  que o trabalho não é dele,  mas não perde a chance de parecer magnânimo ou expressar alguma compaixão  pelos seres que considera inferiores...   ... além disso, já que não considera SEU TRABALHO TAMBÉM, dá-se ao direito de ESCOLHER  o tipo de "trabalho" e como irá ajudar... ) .



   ... afinal , seres com falo   acreditam não possuírem  em seu DNA as características , do outro ser,  que consideram marcadamente genéticas  e que possam defini-las  como serviçais, mas podem eventualmente tentar parecer  politicamente corretos. Aliás , a filosofia  verbal do “eu não sou seu senhor” (...para continuar sendo...), na escala evolutiva da dominação ,  parece ser atualmente a mais eficiente.
     
As grandes questões, por fim,  não são  mais quem domina ou quem seria dominado , mas sim ,o fato de que os motivos continuam sendo os mesmos. O que parece ter mudado foi apenas o tipo de punição, que agora é ofertada tanto às rebeladas quanto às serviçais.O exílio- de ambas -agora é solitário.Em verdade, hoje,não há mais a segurança dos quilombos, pois estes pressupõem união. Refugiam-se  - no máximo- em si mesmas, executando diária e bravamente, cada uma,o seu teatro.Afinal, são "treinadas", desde sempre, para serem rivais.