É uma
espécie de certeza romântica: “ ...Eles são
tão diferentes , mas fazem um
par perfeito , um completa o outro...”
Ora,
se é necessário completar é porque falta algo, porque não se está inteiro! Não
é justo ofertar - se pela metade a alguém , e se falta algo , não seria
honesto oferecer - se em lacunas e depositar no outro a responsabilidade de
preenchê-las.
Não acredito em
“um completando o outro” , acredito sim em parceria entre iguais que caminham
juntos até onde der, até quando mudarem juntos
, conseguirem crescer juntos, na mesma direção.
O diferente
fascina, concordo , mas a fascinação sem a compatibilidade tem prazo de
validade , período a partir do qual só a afinidade traz a calmaria
do amor. Sim , calmaria... Pode não ser
ardoroso , voluptuoso como no início ; mas quem disse que teria de ser sempre assim? Hollywood ?
Mas hollywood ensinou errado e seguimos reproduzindo o
modelo gasto dos opostos que se atraem de filmes feitos para gerarem anseios e
vender produtos...
A coisa toda funciona assim: um romântico primordial
compulsivo de plantão, provavelmente
sem paciência para esperar por alguém por quem pudesse sentir uma
afinidade real , ansiando por experimentar logo uma paixão “hollywoodiana” , simplesmente
foi lá e cortou a frase inicial pela metade - restando e sendo repassada de
geração em geração - apenas o pedaço da
frase que lhe convinha : “Os opostos se atraem...” Românticos compulsivos não são seres confiáveis... A frase correta e deturpada
no tempo sempre foi: “Os opostos se
atraem mas não se mantêm !” Realmente , seria demais para um
romântico, aceitar tal fato.
“Mas assim
você acaba com o romantismo,você não está sendo romântica...” Bem , antirromântico para mim é cultuar a " falta hollywoodiana” e não a completude da sintonia.
(...)
E em sintonia...
... tiveram momentos felizes...
...Vários momentos felizes...
The End.
Mary Lúcia Oliveira