Quando se quer diminuir
drasticamente um ser masculino , basta chamá-lo de homúnculo (ao menos na
linguagem...). É , homenzinho ou homenzito não bastam.
Mas não é curioso o fato
de que , sua pronúncia : “HO-MÚN-CU-LO ” , não lembre em nada um ser de proporções inferiores? Pelo
contrário!
A primeira vez que ouvi tal palavra pensei logo em um homenzarrão:
forte , másculo, rústico, homúnculo ! Um verdadeiro ogro.
Só que não ! É exatamente o
contrário!
O conceito de homúnculo (do latim
homunculus- homenzinho) tem sido aplicado em várias áreas do conhecimento
humano.Um suposto ser vivo que, segundo alquimistas, embora haja outras versões, seria criado a partir do ovo e da batata.
Homens e batatas............
............suspeitei desde o
princípio......................
A alquimia , supostamente, sempre possuiu três objetivos primordiais: transmutar metais
inferiores em ouro; fabricar o elixir da vida longa e criar vida artificial a
partir de materiais inanimados. Os homúnculos, então, seriam a representação de
um ser emblemático, humano e quimérico. Provável
influência da tradição cabalística judaica com seu “Golem” (pokémon?).
Pois é, a linguagem é sempre
reveladora...
Por que um diminutivo com pronúncia tão acentuada e forte ?
O que
era para ser diminutivo, a linguagem -
que reflete sempre os costumes - tratou de assimilar de acordo com o machismo
vigente.Verdadeiro embuste linguístico!
Mas, o que a linguagem moldou , a
feminilidade transmutou, tal qual os alquimistas, por meio de um processo igualmente linguístico: o
hipocorístico.
É , o conceito é esquisito mesmo (nem sempre consigo defender
minha amada gramática, desculpa aí...).
Hipocorístico (do grego antigo- ὑποκοριστικός)
ou "chamar com voz suave" .
Termo afetivo, formado com sufixos(pedacinhos acrescentados no final da palavra como em: Chiquinho [Chico+inho] ) ; por duplicação de sílaba, como nos exemplos : Juju, mamãe ; entre outros. É quando a palavra , ou seu som,
tem o objetivo de suavizar ou atenuar o som do vocábulo que lhe deu origem. Há
várias formas de se produzir tal suavização, mas a mais comum , além desta
sufixação ou duplicação de sílabas,
talvez seja o diminutivo, carregando consigo toda uma diferenciação do sujeito por intimidade e afetividade.
Mas, se até a gramática – por
vezes complicada – já conseguiu entender essa coisa da afetividade do
diminutivo, por que homens ficam tão incomodados quando nós os chamamos de
alguma coisa “inho” ? Fofinho ,lindinho,
ursinho ...
Você diz meu ursinho e eles querem ouvir “meu ursão”! Só que não... ursão não é legal , não tem
afetividade. A gente até diz, mas perde um pouco da graça e do afeto embutidos.
E quando nomeamos com
diminutivos seu ......, digamos ,
Ãn....bem...... , vocês sabem.......é quase um crime ! E se você não é dada a
ler revistas tidas como “femininas” , jamais adivinhará que, aquilo que deveria
ser pura demonstração de carinho , para eles , é uma das coisas mais broxantes dentro de um universo de
coisas terríveis que poderia acontecer entre quatro paredes ; podendo causar um
desastre romântico de proporções catastróficas... E não adianta tentar consertar
com manobras que , no “ringue” , tecnicamente ,agradaria a ambos , do tipo: “ meu
fonfonzãozinho ” , "ursãozinho" , "cachorrãozinho", "gostozãozinho". Eles só escutam o
sufixo - o inho - esperando pelo superlativo.
Mas se você tem sentimentos pela
criatura , você vai , inevitavelmente, usar o diminutivo vez por outra , para expressar o máximo do
que sente. E a equação não se fecha,
afinal, serão dois incógnitas que, caso se reconheçam , ainda possuem sinais
diferentes , e portanto, seja qual for o resultado, poderá ser negativo.
#relacionamento
#amor
Aff !
Mary Lúcia Oliveira.