. . . Ou de Como Pessoas de Bem Tornam-se Bestas Esclarecidas
Nunca pensei assistir a isso.
O pronome demonstrativo de segunda pessoa “isso” ( e suas flexões), entre outras ocorrências , pode revelar ;
na frase, o tempo passado, relativamente próximo ao momento em que se fala,
marcando um passado que na verdade acabou de acontecer ou passar.
Até então, equívocos históricos costumavam dormir as noites dos
tempos, devidamente resolvidos e assentados num passado deveras distante.
Jamais imaginei assistir a uma dobra do
tempo em que o passado viesse à tona e a
confundir alguns desavisados no presente. Especialmente aqueles desavisados que
não aprenderam as lições deixadas pela história.
leia :
Este país foi espoliado , depredado, aviltado e humilhado em
extensões nunca vistas ? Sim, e esta espoliação nos relegou , mais uma vez, a
um dos últimos degraus do desenvolvimento. Estaremos , a partir de agora ,
notória e desafortunadamente atrasados para o grande bonde do crescimento -
moral e econômico - até por que, um depende visceralmente do outro.
Mas quem seria este algoz, real mentor de toda a sorte de nossos
infortúnios atuais ?
Nosso algoz é na verdade o carrasco de sempre . Uma insensível, violenta,
triste e fascista classe média, que gosta de se autodefinir como elite. Lembremos da atacada (porque tocou fundo na ferida) filósofa e professora Marilena Chauí : “ A classe média é uma abominação
política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma
abominação cognitiva porque é ignorante " . Resguardadas , claro, as
devidas exceções ; pois elas existem( uma pequena parcela dessa classe média
que é responsável e solidária) , embora seja voto vencido pelos fascistas.Um
país com uma extensão territorial tão grande, com gente tão idem , não merece a
classe média que tem .
Nossa economia explicada em biscoitos... ... ou em classes...
Como já mencionei em outros “posts”, tenho por hábito analisar a
história e suas implicações,relacionando-as ao que nos tornamos hoje. E assim, voltando
no tempo , veremos que nossa antiga elite
colonial precisou desvalorizar o país e
seu povo , fazendo-nos acreditar sermos “indolentes” e “colonizados incapazes” para
que aceitássemos de maneira submissa e
subserviente as diretrizes da nação dominadora sem questionamento (lembremos
que a dominação efetiva não ocorre apenas por meio da força coercitiva).
Além disso, a elite intelectual deste país, em geral, no
passado, obtinha sua formação lá fora , especialmente na Europa ( e isso não mudou muito...). Deste
modo , quando intelectuais como Monteiro Lobato, por exemplo –ressalvada sua importância literária –
possuíam pruridos em relação à competência de nossa gente , de certa forma ,
entende-se. Essa classe média ou essa elite, não via no brasileiro o reflexo do
europeu que gostariam que fôssemos; provavelmente vitimizados pelas teorias
vigentes à época , acerca da supremacia da raça ariana. Entretanto, por óbvio,
esperar por essa “europeização” seria
impossível. Cada nação tem suas características e o que temos de melhor e que
nos distingue é exatamente isso: esta
miscigenação.
Infelizmente , nossa classe média não parece ter conseguido superar
este ranço de inferioridade , relativo a
tudo que vem de fora e que faz o brasileiro se colocar voluntariamente como
inferior ou o popular e repugnante “complexo de vira-latas”.
Como também já mencionei em “posts” anteriores , penso que hoje
é bem mais repugnante . Dentro do complexo de vira-latas , agora não está
apenas a noção de inferioridade mas parece estar contido aí, também , o desejo
de ser pequeno. Alguns membros da elite
de sempre: burra , anti-patriota e derrotista , querem ver o país altamente
dependente de tudo o que é de fora ( ...e até vender o próprio país... ) , afinal, esta elite sim : subserviente e
preguiçosa , demonstra se beneficiar desta dependência e vive muito bem nela.
Parece mais fácil ser um(a)
engenheiro(a) ou um(a) advogado(a) –
formado(a) em Harvard, por exemplo, e empregados de uma grande empresa - ou
ainda uma elite vendedora,filial de alguma
multinacional. DÁ MAIS TRABALHO ser produtor do que um mero revendedor.
Enfim, se ontem era ridículo não ser europeizado , hoje , é não apenas ridículo
mas igualmente triste, colocar-se como
inferior para obter lucros , torcendo
contra o próprio país, tentando impedi-lo , a todo custo (leia-se: comprando o
judiciário e a mídia) de crescer e se tornar o gigante que a natureza nos fadou
ser.
Mas , graças ao livre arbítrio , você ainda tem o direito de ir
para as ruas e , teleguiado pela imprensa corrupta , ser massa de manobra da
direita de sempre, imaginando ridiculamente que isso fará de você um membro dessa elite.
Não , "mané" ! Você não faz parte dela ! E ainda que faça, este país também é seu.
Sim, "mané" ! Você não é europeu e muito menos norte-americano !
Ainda que queira fingir ser !
Lute por este país e não CONTRA ele !
(...)
Saudade de um tempo em
que nosso judiciário não pisava nas garantias e direitos constitucionais ... ... e não se curvava à “opinião pública” . Opinião essa que hoje
é tristemente caracterizada por “lavagem
midiático-cerebral”.
Bônus:
Olha aí a “moralidade”
de quem acusa.
Pessoas -verdadeiramente inteligentes - fazem conexões...
Mary Lúcia Oliveira.