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Colunista:

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domingo, 3 de julho de 2016

" São tantas emoticões..."

       

                                       


De repente, emoção virou emoticon. E não,isso não é tradução, mas substituição !


Não precisamos mais temer sermos delatados pela emoção impressa nas palavras ditas em uma comunicação telefônica  que , vamos combinar, já impunha uma certa distância entre duas pessoas ; embora ainda guardasse o consolo da voz.

Agora, mini rostos amarelos ou carinhas formadas por dois pontos e um parênteses, traços, barras, enfim , sinais gráficos ,formando expressões faciais humanas , passaram a substituir nossas emoções. É como se voltássemos aos tempos das cavernas , quando  não tínhamos ainda o recurso da linguagem e precisássemos desenhar  signos para sermos entendidos. Parece que as paredes das cavernas foram substituídas pela tela do computador, celular, tablets...


Os famosos emoticons que usamos em mensagens e bate-papos também estão ligados à Pareidolia (...  fenômeno psicológico comum em todos os seres humanos, conhecido por fazer as pessoas reconhecerem imagens de rostos humanos ou animais , por exemplo, em : objetos, sombras, formações de luzes e em qualquer outro estímulo aleatório visual e até sonoro ) . Além de detectarmos um rosto, também podemos sentir as emoções que o desenho nos transmite. Seres humanos são programados para identificar rostos como uma técnica de sobrevivência, desenvolvida durante o processo de evolução humana. Homens e mulheres pré-históricos, por exemplo, poderiam perecer caso não reconhecessem seus inimigos. 



... Ok, OK ! Mas nossos ancestrais pré-históricos ainda tinham o gesto, o toque , o  olhar... 
 ... e nós ?



Regredimos? Talvez ...ou não... Mas o fato é que, na correria de nosso dia a dia , muitas vezes precisamos lançar mão de facilitadores comunicativos como estes, embora, como em tudo na vida, haja perdas e ganhos. 

Nessa nossa nova "rede de afetos" , conectar será sempre fácil , mas o maior atrativo da rede em comparação com as relações de antes parece ser mesmo  a facilidade de se desconectar. Você não precisa mais suportar conversas intermináveis por pura educação ou  conviver com as emoções reais de quem está do outro lado da linha ; embora possa parecer que sim, utilizando-se dos sinais gráficos apropriados para fingir que se importa ou por não ter tempo para se importar, "importando-se..." Afinal, as "carinhas" podem falar (ou mentir educadamente) por você... 


Mas você ainda pode optar por, vez por outra ,  expor-se, arriscando-se  ao apavorante ato de ouvir a voz do outro lado da linha e , inevitavelmente, ser traído(a) pela própria voz, embargada pela emoção. . .

"Eu preciso falar com alguém.Não apenas alguém. Você".

Mary Lúcia Oliveira

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